São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2001

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PFL evita confronto em reunião

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A reunião da Executiva Nacional do PFL desta manhã não deverá ter o esperado confronto entre o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), e o ex-presidente do Senado Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Parlamentares pefelistas entraram em campo desde segunda-feira para evitar o racha, convencendo-os a selar uma pacto de boa convivência: o PFL respeita a independência de ACM, que, por sua vez, aceita que o partido continue apoiando o governo.
Por trás deles, atuou o vice-presidente, Marco Maciel, preservado por ACM em seus ataques dos últimos dias. "Está cheio de bombeiros aqui", reconheceu o ex-presidente do Senado.
Ontem, Maciel reuniria ACM e Bornhausen para um jantar no Palácio do Jaburu, onde aprovariam ou não nota elaborada por deputados, como Roberto Brant (MG), Ronaldo Caiado (GO) e José Carlos Aleluia (BA).
A intenção da nota, que deverá ser lida na reunião e aprovada pela Executiva, seria explicitar a tentativa de harmonização do PFL. No texto, ficaria claro que ACM fica no PFL e que o partido respeita a liberdade de opinião dos líderes.
O partido também não deverá votar na Executiva o apoio ou não ao plano de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. A conclusão é que não há interesse numa votação que explicitaria a divisão do PFL quando a preocupação é com a unidade partidária.
"Vamos dizer que o programa de governo converge com nosso programa partidário e que grande parte dele resultou de iniciativas de líderes do partido, como no Fundo de Combate à Pobreza", disse Brant. "O PFL é um partido insatisfeito, mas feliz", disse Heráclito Fortes (PI).

Ministros
Os pefelistas não querem discutir na reunião nomes para as pastas de Minas e Energia e Previdência Social, vagas desde que Rodolpho Tourinho e Waldeck Ornélas foram demitidos em represália às críticas de ACM ao governo.
O chamado "PFL do B" defende que os novos ministros sejam partidários, como Eliseu Padilha (Transportes), do PMDB, e Francisco Dornelles (Trabalho), do PPB. Para os pefelistas, Tourinho e Ornélas eram competentes, mas não defendiam interesses do PFL.
Pefelistas querem deixar claro que também há divergências nos outros parceiros da aliança que apóia o governo FHC. Lembram que os senadores peemedebistas Roberto Requião (PR) e Pedro Simon (RS) não são censurados por criticar o governo. Nem o PSDB estaria livre das críticas dos senadores Osmar Dias (PR), Álvaro Dias (PR) e Lúcio Alcântara (CE), por exemplo.



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