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PFL evita confronto em reunião
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A reunião da Executiva Nacional do PFL desta manhã não deverá ter o esperado confronto entre o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), e o
ex-presidente do Senado Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
Parlamentares pefelistas entraram em campo desde segunda-feira para evitar o racha, convencendo-os a selar uma pacto de boa
convivência: o PFL respeita a independência de ACM, que, por
sua vez, aceita que o partido continue apoiando o governo.
Por trás deles, atuou o vice-presidente, Marco Maciel, preservado por ACM em seus ataques dos
últimos dias. "Está cheio de bombeiros aqui", reconheceu o ex-presidente do Senado.
Ontem, Maciel reuniria ACM e
Bornhausen para um jantar no
Palácio do Jaburu, onde aprovariam ou não nota elaborada por
deputados, como Roberto Brant
(MG), Ronaldo Caiado (GO) e José Carlos Aleluia (BA).
A intenção da nota, que deverá
ser lida na reunião e aprovada pela Executiva, seria explicitar a tentativa de harmonização do PFL.
No texto, ficaria claro que ACM fica no PFL e que o partido respeita
a liberdade de opinião dos líderes.
O partido também não deverá
votar na Executiva o apoio ou não
ao plano de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. A
conclusão é que não há interesse
numa votação que explicitaria a
divisão do PFL quando a preocupação é com a unidade partidária.
"Vamos dizer que o programa
de governo converge com nosso
programa partidário e que grande
parte dele resultou de iniciativas
de líderes do partido, como no
Fundo de Combate à Pobreza",
disse Brant. "O PFL é um partido
insatisfeito, mas feliz", disse Heráclito Fortes (PI).
Ministros
Os pefelistas não querem discutir na reunião nomes para as pastas de Minas e Energia e Previdência Social, vagas desde que Rodolpho Tourinho e Waldeck Ornélas
foram demitidos em represália às
críticas de ACM ao governo.
O chamado "PFL do B" defende
que os novos ministros sejam
partidários, como Eliseu Padilha
(Transportes), do PMDB, e Francisco Dornelles (Trabalho), do
PPB. Para os pefelistas, Tourinho
e Ornélas eram competentes, mas
não defendiam interesses do PFL.
Pefelistas querem deixar claro
que também há divergências nos
outros parceiros da aliança que
apóia o governo FHC. Lembram
que os senadores peemedebistas
Roberto Requião (PR) e Pedro Simon (RS) não são censurados por
criticar o governo. Nem o PSDB
estaria livre das críticas dos senadores Osmar Dias (PR), Álvaro
Dias (PR) e Lúcio Alcântara (CE),
por exemplo.
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