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ALIADOS EM CRISE
Ex-secretário-geral reclama de "ataques contínuos e descabidos"
EJ critica BC e Ministério Público em carta a Jader
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira criticou ontem o Banco Central e o Ministério Público e fez
um longo desabafo sobre as acusações que vem sofrendo de envolvimento em irregularidades
administrativas em carta dirigida
ao presidente do Senado, Jader
Barbalho (PMDB-PA).
Por intermédio do seu advogado, José Gerardo Grossi, EJ encaminhou ao Senado as informações referentes à sua movimentação bancária de 1994, do restante
de 98 (ele já havia entregue os dados de 98 até o mês de abril) e os
dados referentes aos telefones
pessoais que possuía na época.
Alegando não poder quebrar o
sigilo telefônico dos aparelhos
que não são de sua propriedade,
EJ mandou por seu advogado os
números dos telefones que usava
quando era assessor do Ministério da Fazenda (223-5859, 223-6959 e 321-2689 e fax número 226-7935). Ele anexou aos documentos o cartão de visitas que usava
quando trabalhava no ministério
para mostrar os números.
EJ definiu seu gesto como uma
""contribuição de caráter pessoal
para distensionar o clima de denuncismo histérico que tem tomado conta do país". Ele manifestou ""inconformismo" e ""revolta"
com a utilização de ""calúnias"
contra ele, ""cidadão que durante
quatro décadas de serviço público
não cometeu qualquer deslize".
Ele criticou a ""omissão" do BC,
que, segundo ele, poderia contribuir para esclarecer os fatos dos
quais é acusado, como o envolvimento no desvio de recursos públicos da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo. ""Tenho, há
meses, pedido ao Banco Central
certidão do aparecimento ou não
de meu nome e de meus associados no rastreamento dos recursos
do TRT-SP sem conseguir nenhuma resposta."
Na carta a Jader, EJ também se
queixou dos procuradores encarregados das investigações a seu
respeito por não fornecerem cópia do inquérito nem permitirem
o acesso do seu advogado aos autos. Ele classificou o comportamento dos procuradores de ""abusivo e desrespeitoso à lei".
""Desde o mês de julho passado
venho sendo objeto no Ministério
Público, na imprensa e até mesmo nessa Casa de ataques contínuos e descabidos à minha honra,
ataques estes feitos sem qualquer
base factual", disse.
EJ fez um longo relato das acusações feitas a ele -do suposto
envolvimento com as irregularidades do TRT a acusações de tráfico de influência e enriquecimento ilícito. Disse que abriu suas declarações de renda e divulgou informações protegidas por sigilos
bancário, fiscal e telefônico.
""Para cada acusação contra
mim levantada e respondida tratam de inventar uma nova, eternizando um ciclo vicioso eticamente indecente e inadmissível. Não
posso aceitar viver sob constante
chantagem. Basta", disse EJ.
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