São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2001

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ALIADOS EM CRISE

Ex-secretário-geral reclama de "ataques contínuos e descabidos"

EJ critica BC e Ministério Público em carta a Jader

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira criticou ontem o Banco Central e o Ministério Público e fez um longo desabafo sobre as acusações que vem sofrendo de envolvimento em irregularidades administrativas em carta dirigida ao presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).
Por intermédio do seu advogado, José Gerardo Grossi, EJ encaminhou ao Senado as informações referentes à sua movimentação bancária de 1994, do restante de 98 (ele já havia entregue os dados de 98 até o mês de abril) e os dados referentes aos telefones pessoais que possuía na época.
Alegando não poder quebrar o sigilo telefônico dos aparelhos que não são de sua propriedade, EJ mandou por seu advogado os números dos telefones que usava quando era assessor do Ministério da Fazenda (223-5859, 223-6959 e 321-2689 e fax número 226-7935). Ele anexou aos documentos o cartão de visitas que usava quando trabalhava no ministério para mostrar os números.
EJ definiu seu gesto como uma ""contribuição de caráter pessoal para distensionar o clima de denuncismo histérico que tem tomado conta do país". Ele manifestou ""inconformismo" e ""revolta" com a utilização de ""calúnias" contra ele, ""cidadão que durante quatro décadas de serviço público não cometeu qualquer deslize".
Ele criticou a ""omissão" do BC, que, segundo ele, poderia contribuir para esclarecer os fatos dos quais é acusado, como o envolvimento no desvio de recursos públicos da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo. ""Tenho, há meses, pedido ao Banco Central certidão do aparecimento ou não de meu nome e de meus associados no rastreamento dos recursos do TRT-SP sem conseguir nenhuma resposta."
Na carta a Jader, EJ também se queixou dos procuradores encarregados das investigações a seu respeito por não fornecerem cópia do inquérito nem permitirem o acesso do seu advogado aos autos. Ele classificou o comportamento dos procuradores de ""abusivo e desrespeitoso à lei".
""Desde o mês de julho passado venho sendo objeto no Ministério Público, na imprensa e até mesmo nessa Casa de ataques contínuos e descabidos à minha honra, ataques estes feitos sem qualquer base factual", disse.
EJ fez um longo relato das acusações feitas a ele -do suposto envolvimento com as irregularidades do TRT a acusações de tráfico de influência e enriquecimento ilícito. Disse que abriu suas declarações de renda e divulgou informações protegidas por sigilos bancário, fiscal e telefônico.
""Para cada acusação contra mim levantada e respondida tratam de inventar uma nova, eternizando um ciclo vicioso eticamente indecente e inadmissível. Não posso aceitar viver sob constante chantagem. Basta", disse EJ.


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