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FIM DE CASAMENTO
Objetivo é poder indicar vice de candidato de outro partido, preferencialmente Serra; Itamar já fala em desistir de candidatura
PMDB governista tenta hoje cancelar prévia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A cúpula do PMDB, ligada ao
governo Fernando Henrique Cardoso, realiza uma pré-convenção
hoje em Brasília para tentar acabar com a prévia presidencial do
partido marcada para o próximo
dia 17, um domingo.
Para se aliar a um outro partido,
preferencialmente o PSDB do
pré-candidato José Serra, o grupo
governista do PMDB deve tomar
uma dessas duas medidas: 1) simplesmente cancelar a prévia, a
mais provável, ou 2) ratificar a regra que facilita o esvaziamento da
disputa para torná-la inválida.
O presidente do partido, o deputado federal Michel Temer
(SP), não fala em cancelamento
da prévia, mas há uma ala da cúpula que vai avaliar o quórum do
encontro hoje para tentar suspendê-la de vez.
Se não houver condição política, a saída será revalidar a regra
que exige 50% mais um dos cerca
de 16 mil presentes para que a prévia tenha efeito legal.
"Não valeu aquele encontro de
São Paulo [a pré-convenção dos
oposicionistas realizada no último domingo". A pré-convenção
de hoje é a que vale para definir
estatutariamente a questão da
prévia", diz Temer. Estão inscritos na prévia o senador Pedro Simon (RS), o governador Itamar
Franco (MG) e o ministro Raul
Jungmann (Desenvolvimento
Agrário).
De qualquer forma, haverá uma
disputa judicial entre governistas
e oposicionistas. Os oposicionistas, se não conseguirem emplacar
candidato próprio, deverão tentar
barrar a aliança na Justiça.
Nas seguidas reuniões da cúpula ao longo da semana, o grupo
decidiu que marchará unido para
uma candidatura de um partido
aliado. A maioria deseja Serra,
mas há uma ala minoritária que
defende a aliança com Roseana
Sarney, governadora do Maranhão e pré-candidata do PFL.
Para a direção do PMDB, ainda
que o TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) flexibilize a verticalização das coligações, abrindo a possibilidade de o partido que não tiver candidato a presidente poder
se aliar às legendas que quiser nos
Estados, a tendência é fechar uma
aliança na disputa pelo Planalto.
A avaliação é que o apoio a um
candidato a presidente garantirá
um papel de destaque ao partido
no eventual futuro governo. Como há uma guerra entre Serra e
Roseana, cresce a importância do
PMDB como aliado.
Itamar
Todo o esforço dos oposicionistas do PMDB em favor da candidatura própria do partido pode
ser em vão, a julgar pelas declarações de ontem de Itamar Franco,
principal pré-candidato peemedebista a presidente.
Ele não garantiu deixar o governo de Minas no começo de abril
caso vença a prévia de 17 de março. Itamar disse que precisa avaliar bem porque tem "compromissos" com o Estado.
"São coisas que eu tenho de
analisar com muito cuidado, com
muita reflexão, com muita ponderação, porque o quadro se dará
em junho e eu tenho os meus
compromissos com o Estado. Tenho que analisar", disse ele, assinalando depois que "naturalmente é uma decisão importante, se
for escolhido".
Mesmo vencendo, Itamar não
se sentiria seguro para deixar o
governo do Estado, conforme determina a legislação eleitoral, porque o resultado da prévia teria
que ser referendado na convenção de junho, com a cúpula do
partido jogando contra.
(KENNEDY ALENCAR e PAULO PEIXOTO)
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