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DATAFOLHA
A falta de postos de trabalho é o principal problema para 49% das pessoas
Cresce a preocupação com desemprego na gestão Lula
FLÁVIA MARREIRO
DA REDAÇÃO
Praticamente a metade dos brasileiros -49%- afirmam que o
desemprego é o principal problema do país, segundo pesquisa Datafolha de 1º de março. Trata-se
do percentual mais alto verificado
desde dezembro de 1999, na gestão Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002), quando 53% faziam
essa avaliação. E é o segundo mais
alto já aferido pelo Datafolha.
Na época, a taxa de desemprego
era de 6,3%, segundo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Em janeiro deste ano, para o
mesmo IBGE, estava em 11,7%.
Não por acaso, o desemprego é
o ponto que mais atrapalha a imagem do governo Luiz Inácio Lula
da Silva: 31% das pessoas dizem
que a geração de emprego é a área
em que Lula está indo pior.
O problema também angustia
os candidatos a prefeito pelo PT
em 2004. A tal ponto que o partido
cobrou na sexta-feira mudanças
na política econômica. O PT quer
a adoção de medidas que estimulem o crescimento econômico e,
conseqüentemente, o emprego.
A pesquisa ouviu 2.306 pessoas
em 132 municípios do país. A
margem de erro é de dois pontos
para mais ou para menos.
Há um ano, com três meses de
gestão Lula, 31% apontavam o desemprego como o problema mais
grave. Em dezembro de 2003, a
preocupação atingia 41%.
A escalada de 18 pontos percentuais na percepção do tema (de
31% para 49%, entre março de
2003 e março de 2004) acompanhou de certa forma as taxas de
desemprego. Em março de 2003, a
taxa, segundo o IBGE, era 12,1%
em seis regiões metropolitanas.
Chegou a 13% em junho e caiu para 10,9% em dezembro, quando o
Natal estimula as contratações
temporárias, subindo novamente
em janeiro de 2004.
O desemprego ganha com folga
do segundo maior problema para
os brasileiros: a fome e a miséria,
com 12%, que é seguido da violência, com 11%. A corrupção, problema que agita o cenário político
por conta do caso Waldomiro Diniz (leia texto nesta página), só é
lembrado por 1% da população.
As razões da avaliação
O Datafolha mostrou que 38%
consideram a gestão petista ótima/boa, 43% regular, 17% ruim/
péssimo e 2% não souberam responder. O instituto perguntou
ainda os motivos para a aprovação ou não do governo: o desemprego também teve destaque.
O tema foi o que mais apareceu
quando os que acham o governo
ruim/péssimo foram instados a
dizer suas razões: surgiu em 46%
das respostas espontâneas, seguidos dos 18% de citações da reprovação da política econômica
-que tem reflexos na geração de
vagas- e 16% que acham que Lula não cumpre o que prometeu.
Entre os que avaliam positivamente o governo, 36% citaram o
combate à fome e à miséria como
motivo, incluindo a taxa dos 20%
que mencionaram o Fome Zero.
Já 13% citaram aprovação da política econômica e 10% citaram o
combate ao desemprego.
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