DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o ex-governador Anthony Garotinho, assumiu ontem o comando do PMDB fluminense com críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva e anunciando sua intenção de disputar a Presidência da República em 2006.
"Aquele que parecia ser o governo da esperança é um governo tão medroso que tem medo até de CPI. O que todo mundo temia, que o medo pudesse vencer a esperança, virou realidade", disse Garotinho ao discursar na convenção estadual do PMDB, num clube na Barra (zona oeste).
Foi uma referência ao fim da CPI proposta para investigar Waldomiro Diniz, ex-assessor da Presidência flagrado pedindo propina a um empresário de jogo. A CPI foi barrada com o apoio do PMDB, integrante da base governista.
O presidente nacional do partido, Michel Temer (SP), disse que a opinião de Garotinho, "um candidato em potencial", é "respeitável" e que resume a posição de vários setores do PMDB. Questionado se o governo teme a CPI, ele disse que pode haver "preocupação" e que, se a investigação da Polícia Federal mostrar envolvimento de agentes públicos, o caso vai ao Congresso.
Segundo Temer, o PMDB admite candidatura própria em 2006 e não vê nisso contradição com o apoio ao governo. "Não significa compromisso eleitoral. Senão, toda vez que você fizer uma coalizão, você perde a sua identidade", afirmou.
O deputado disse que o PMDB, mesmo com várias tendências, conseguiu indicar uma chapa única para o Diretório Nacional. Temer deverá ser reeleito presidente no próximo domingo, com o apoio de Garotinho.
Ontem foram eleitos os 71 membros do Diretório Regional do Rio, Garotinho entre eles. Houve sete abstenções entre os 360 votantes. Na sexta-feira o diretório elege a Executiva Regional, indicando Garotinho como presidente do partido. Ele deverá se licenciar por causa da Secretaria de Segurança, e o senador Sérgio Cabral Filho, indicado para a primeira vice-presidência, assume a presidência. (FE)


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