São Paulo, Segunda-feira, 08 de Março de 1999
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PAINEL

Filme antigo

No Planalto, diz-se que o pior momento da crise cambial já passou. Mas avalia-se que a crise social (desemprego e inflação) ainda vai piorar, atingindo o ápice em maio. Por isso, o presidente fala em bater o bumbo para alardear supostos feitos sociais.

Conflito de poderes

Na briga de ACM com os juízes, FHC se solidarizou com o pefelista. O Planalto acha que o bate-boca pode render alguns dividendos. O corte de despesas no Judiciário, por exemplo.

A política como ela é

A piada no PMDB é saber como ficam os apelidos depois que Itamar e os governistas da sigla jantaram na semana passada. No ano passado, Jader chamou Itamar de ""Shirley". Itamar rebateu, xingando Jader de ""calhorda". E ainda batizou Geddel Lima de ""percevejo de gabinete".

Luz liberal

O Ministério das Minas e Energia quer eletrificar 1 milhão de propriedades rurais até 2002. Mesmo após a venda do sistema de transmissão, que deve ser acelerada. Só 33% das propriedades rurais do país têm energia.

História paulista

Um deputado estadual eleito pela 1ª vez pegou carona com um que não se reelegeu e comentou o péssimo estado do carro oficial. Resposta: ""Faz cinco meses que não faço a manutenção. Vou ter de devolvê-lo mesmo".

Medida radical

Amazonino Mendes (PFL), governador do Amazonas, exonerou todos os coronéis da Polícia Militar que estavam na ativa. Diz que vai comandar ele mesmo a corporação, com a ajuda dos oficias mais novos. Sem promoção.

Pela raiz

Justificativa do deputado federal Carlos Riela (PPB-RJ) para o seu projeto que acaba com o cargo de vice-prefeito: "Tem muito vice que manda matar o prefeito. Há muito Chapéu de Couro (pistoleiro) nessa história".

Samba de uma nota só

Do deputado Fernando Marroni (PT-RS), sobre FHC ter dito que especuladores ""agourentamente" apostam na alta da inflação: ""É a versão desvalorizada dos "fracassomaníacos", de que só ele quer o bem do país".

Feudo permanente

Dados do Inesc (Instituto de Estudos Sócio-Econômicos) mostram que, dos 48 membros da Comissão de Agricultura e Política Rural da Câmara, 28 são da ""bancada ruralista".

Malandragem

O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), não tirou da cartola a cotação de R$ 1,70 que defendeu para o dólar. Pura esperteza: esse é o valor com o qual o governo trabalha internamente em suas projeções. Já foi utilizado, por exemplo, nos cálculos do aumento do preço da gasolina.

Vão-se os anéis...

Hanna Garib e Vicente Viscome, vereadores paulistanos acusados de participar da máfia dos fiscais, devem ser pelo menos suspensos do PPB, hoje. A sigla, a mesma do prefeito Pitta, de Maluf e da maioria dos envolvidos, tenta escapar da lama.

Vai ser difícil

Os servidores públicos federais vão pegar carona nas campanhas publicitárias ufanistas, na linha de que acreditam no país. Querem aproveitar o desgaste de FHC para limpar a sua imagem e entrar na discussão salarial com mais simpatia da população.

Porta aberta

Aliados do senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB) estão entrando em peso no PTB paraibano. Pode ser a canoa de emergência do ex-governador, que perdeu muito espaço em seu partido depois que brigou com o atual, José Maranhão.

Revanchismo sem fim

O PT vai cobrar dos partidos aliados do governo no Congresso as retaliações que estão sendo feitas por Roriz (PMDB-DF) contra servidores que trabalharam no governo de Cristovam Buarque. A limpeza não poupa nem chefes de faxina.

E-mail:painel@uol.com.br


TIROTEIO

De Valdemar Costa Neto, líder do PL na Câmara, sobre os lucros recordes de bancos no Brasil em janeiro:
- O capitalismo brasileiro do governo FHC é mesmo uma esculhambação. Nos outros países, as recentes crises financeiras foram acompanhadas de quebra de bancos. Só aqui eles ganharam como nunca.

CONTRAPONTO
Vizinhança perigosa

Logo depois de ter sido eleito governador de Alagoas, em outubro passado, Ronaldo Lessa (PSB)viajou para os EUA.
Em Nova York, entrou numa loja de produtos eletrônicos.
Quando o dono soube que ele era brasileiro e se chamava Ronaldo, xará do jogador de futebol mundialmente conhecido, pediu para tirar uma foto.
Político, Lessa não se fez de rogado. A má notícia veio depois do flash: Lessa notou que, na parede, havia uma foto de outro ilustre alagoano, PC Farias.
O dono explicou que PC era um de seus melhores clientes e que, depois de ter fugido da polícia, ficara famoso nos EUA.
- Pelo amor de Deus, não coloque a minha foto ao lado da dele! - suplicou Lessa, em inglês.
- Por quê? - quis saber o comerciante.
- É que nós somos adversários políticos. Se aparecer aqui alguém da nossa terra, não vai ficar bem pra mim - respondeu o então governador eleito.


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