São Paulo, Segunda-feira, 08 de Março de 1999
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REPERCUSSÃO
Fernando Henrique Cardoso, presidente da República - "Antônio Houaiss foi um pensador que lutou por um Brasil mais justo e solidário. Como filólogo, dedicou sua vida ao estudo da língua portuguesa. Ministro da Cultura, defendeu o acesso de todos aos bens do pensamento. O Brasil perde um dos seus filhos mais ilustres e dignos".
José Lino Grunewald, tradutor - "Conheci Houaiss em 1956, quando ele foi a uma conferência de Décio Pignatari na UNE sobre poesia concreta e fez uma série de críticas. Depois cheguei a trabalhar com ele, escrevendo verbetes para as enciclopédias "Delta" e "Mirador". Também era um grande apreciador de gastronomia e durante mais de dez anos nós almoçamos no restaurante Rio Minho, na r. do Ouvidor, que tinha no cardápio uma lagosta à Antônio Houaiss. Além de um grande linguista, era um homem fino e afetuoso. Vou guardar a lembrança de uma pessoa muito querida".
Haroldo de Campos, tradutor - "Para mim, o que mais revela seu legado é sua tradução de "Ulisses", que foi elaborada dentro de uma traição radical, que recuperou para o português os efeitos de linguagem típicos de Joyce e da língua inglesa".
Sabato Magaldi, escritor e crítico teatral - "Tive um relacionamento profundo com Houaiss. Foi ele quem insistiu para que eu me candidatasse à ABL e isso mudou minha vida. Ele foi um dos meus cabos eleitorais. Do ponto de vista intelectual, foi um grande filólogo, e sua morte representa uma perda muito grande para a cultura brasileira. Outro aspecto a ser destacado é que ele sempre foi fiel às suas posturas de esquerda e nunca foi seduzido por essa coisa nefanda que é o neoliberalismo".
Décio Pignatari, poeta, tradutor e ensaísta - "Tive pouco contato com ele, como nos anos 50, com sua crítica à poesia concreta. Ele era uma dessas figuras que eu considero o típico erudito carioca, que realiza uma série de coisas boas em meio a uma grande confusão mental. Eu diria que ele era um "quase filósofo carioca" ".


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