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DÍVIDA
Valor de diminuição de gastos subiu devido à queda prevista nas privatizações
Meta com FMI sobe para R$ 38 bi
da Sucursal de Brasília
O governo brasileiro e o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
elevaram a meta de economia de
receitas para pagamento de juros
em 2000 de R$ 36,77 bilhões para
cerca de R$ 38 bilhões.
A estimativa de receitas de privatização neste ano caiu de R$
29,6 bilhões para menos de R$ 23
bilhões, disse o secretário-executivo do Ministério da Fazenda,
Amaury Bier. Esses detalhes da
revisão do acordo vão ser divulgados na semana que vem.
Bier explicou que o aumento da
economia de receitas em 2000
-ou o superávit primário do setor público (União, Estados e municípios)- ainda é provisório e
aconteceu devido ao aumento do
PIB (Produto Interno Bruto, conjunto das riquezas produzidas pelo país) esperado para este ano.
A meta de superávit primário
está fixada em 3,25% do PIB, mas,
como o do ano passado ainda não
foi divulgado pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), o governo ficou sem parâmetros para estimar o deste ano.
Por isso, o valor de R$ 38 bilhões
para o superávit ainda não é definitivo. Em junho, quando a missão do FMI voltar ao Brasil, o superávit primário deste ano deverá
estar definido.
Até lá, o IBGE já deverá ter divulgado seus cálculos. Bier acredita que o número final deverá ser
menor que R$ 38 bilhões.
Os técnicos do FMI queriam
transformar em "critérios de desempenho" as metas de superávit
primário estabelecidas para o terceiro e o quarto trimestres deste
ano. Quando a meta é transformada em critério de desempenho, o país tem de cumpri-la, sob
pena de não ter mais acesso aos
recursos do Fundo.
Apesar de essa discussão estar
prevista para a próxima revisão
do acordo, os técnicos do Fundo
pediram a mudança devido aos
atrasos nas próprias avaliações
técnicas previstas para este ano. O
governo brasileiro concordou em
definir como critério apenas o superávit acumulado até setembro.
Bier justificou a redução das receitas de privatização deste ano
pelos "atrasos no cronograma de
venda das estatais". No ano passado, o governo também teve de
rever as receitas por conta dos
atrasos. Um exemplo disso é a
privatização do Banespa, que foi
transferida de 99 para 2000 e já foi
adiada uma vez este ano.
Apesar de anunciar a quitação
da maior parte da dívida com o
FMI ainda este mês, o governo
brasileiro, segundo Bier, não pensa em pagar antecipadamente o
US$ 1,8 bilhão que ainda falta e
acabar com o monitoramento.
"Nós estamos confortáveis com
os objetivos do acordo", disse ele.
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