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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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REPERCUSSÃO

PAULO PEREIRA DA SILVA, presidente da Força Sindical:
"Ele [Lula] continua com muita vontade de fazer. Mas está na hora de começar a acontecer. De tudo o que ele falou, até agora só [implantou] os R$ 240 de salário mínimo. O resto está difícil. Ele reafirmou seu programa de governo, mas dá a impressão de que há uma desconexão entre o que ele quer e o que quer o resto do governo. Para o pronunciamento, nota dez, mas, para o conteúdo, não dá para dar mais que dois."

JOÃO FELÍCIO, presidente da CUT:
"Foi diferente da prestação de contas de outros governos para melhor, porque ele usou um modo didático de falar direto com a população. É isso mesmo o que ele tem de fazer. Mas as justificativas que deu aparentemente ainda não são compreensíveis para a população. Acho só que deveria ter se aprofundado mais na explicação do porquê do aumento dos juros e no porquê de um aumento do salário mínimo para R$ 240".

BENJAMIN STEINBRUCH, presidente da CNI:
"Gostei muito do que o presidente Lula falou. Ele está fazendo o impossível. O presidente conseguiu fazer o mais difícil, reverter as expectativas negativas em torno do governo dele. Ele agora conseguiu tornar o ambiente adequado para implementar o seu governo. Acredito que, agora, ele possa impor seu plano de crescimento da produção, aumento de emprego e melhorias sociais."

ALDO REBELO, líder do governo na Câmara:
"O discurso do presidente mostrou transparência e confiança no futuro do país. Além disso, a fala prova que o país tem rumo".

CARLOS KAWAL, economista-chefe do Citibank:
"Os primeiros cem dias de governo foram um ótimo começo, a avaliação feita pelo presidente procede. As ações do governo na economia foram uma grata surpresa: a política monetária e fiscal e o encaminhamento das reformas foram muito positivos. Tanto que o câmbio e o risco Brasil estão voltando aos níveis de 2002."

OCTÁVIO DE BARROS, economista-chefe do BBV Banco:
"Foi um discurso franco e muito bom. Reconheceu as dificuldades, mas ao mesmo tempo reafirmou o compromisso com as reformas. Se havia dúvidas nesse período de transição sobre os compromissos assumidos no que diz respeito à condução da economia, certamente estão sendo dissipadas."

JOSÉ AGRIPINO, líder do PFL no Senado:
"Na questão social, o pronunciamento não passou da repetição de um discurso da intenção. No campo político, o curioso é que o governo tem contado com os partidos de oposição na manutenção do diálogo em torno do interesse nacional, mas na sua própria base temos visto muito conflito".

GUSTAVO LOYOLA, ex-presidente do Banco Central:
"O PT está indo muito bem na parte macroeconômica. No entanto, ele está tendo problemas justamente na área social, na qual se esperava que tivesse capacidade de ação. Existe um excesso de ministérios e secretarias para essa área, o que dificulta o trabalho do presidente Lula".

FERNANDO CARDIM, professor de Economia Monetária e de Macroeconomia da UFRJ:
"Foi desapontador pela falta de conteúdo e pela superficialidade. Na economia, não houve menção a produção, emprego nem qualquer qualquer indicação de uma estratégia para o futuro. O pronunciamento parece refletir a estratégia de investimento na figura do presidente. Sua postura sugere que o governo tem caminho, mas o conteúdo não espelha isso".

JOÃO PAULO RODRIGUES, da coordenação nacional do MST:
"Achei bom. Ele não entrou muito nos detalhes, mas o que ele colocou de elemento importantíssimo foi chamar, no final do discurso, o povo brasileiro para ajudar a fazer as mudanças necessárias. Essa é a mensagem principal do governo Lula, chamar o povo para que ele confie no Brasil".

RENAN CALHEIROS, líder do PMDB no Senado:
"Foi um pronunciamento correto, que abordou as principais questões do país. Falou do esforço para manter a estabilidade econômica, que, na minha opinião, foi a grande conquista dos primeiros três meses de governo".

ALBERTO GOLDMAN, vice-líder do PSDB na Câmara:
"O pronunciamento teve um tom de campanha e um tom ufanista. Ele tentou transmitir a idéia de que salvou o país de uma crise. Não salvou nada. Na verdade, a crise existia por causa da perspectiva da sua eleição. No momento em que adotou a mesma política econômica do governo anterior, superou a crise".


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