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Agência notaria mudanças em fábrica, diz INB
DA SUCURSAL DO RIO
A INB (Indústrias Nucleares
Brasileiras), empresa estatal
que pretende produzir urânio
enriquecido em escala industrial a partir de outubro deste
ano, afirma que, pela proposta
brasileira, não há como ser feita
qualquer mudança no objeto
da produção sem que isso seja
imediatamente percebido pelas agências de inspeção, como
a AIEA (Agência Internacional
de Energia Atômica).
"Há uma parte [da fábrica]
que alimenta e uma parte que
capta o urânio enriquecido. Essas partes são totalmente controladas pelas agências", disse
o diretor de Enriquecimento da
INB, Carlos Passos Bezerril,
durante visita de jornalistas às
instalações da empresa em Resende (RJ), anteontem.
Bezerril disse que já está acertado que a AIEA terá câmaras
de filmagens e detectores de
teor de enriquecimento em
pontos estratégicos do processo produtivo. O teor de enriquecimento do urânio brasileiro não poderá passar de 5%.
As câmaras e detetores serão
lacrados pela AIEA, segundo o
executivo. Assim, embora as
máquinas de ultracentrifugação brasileiras sejam, em tese,
as mesmas que seriam usadas
para enriquecer urânio com
fins militares (para fazer uma
bomba atômica o teor precisa
ser de pelo menos 95%), não
haveria como alterar o processo produtivo sem conhecimento imediato das agências.
Além disso, para a produção
de urânio enriquecido a 95%
são necessárias mais máquinas
e uma configuração diferente
no arranjo da fábrica. As mudanças exigiriam um grande
aumento de espaço, impossível
de ser feito sem ser percebido.
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