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Para Ciro, imprensa de SP tenta difamar a ministra
Deputado diz existir um movimento "clandestino" contra Dilma e vê relação com 2010
Em entrevista a rádio do Sul,
ex-ministro de Lula afirma que o senador tucano Álvaro Dias foi quem vazou dados sobre despesas de FHC
Antonio Cruz - 28.fev.2008/ABr
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O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), ex-ministro de Lula
DA AGÊNCIA FOLHA
O deputado Ciro Gomes
(PSB-CE) disse ontem que
existe um movimento "clandestino", criado a partir da imprensa de São Paulo, para desmoralizar e difamar a ministra
Dilma Rousseff, no episódio do
dossiê criado pela Casa Civil
com dados do governo FHC.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o deputado afirmou que o
movimento ocorre no momento em que a petista aparece como uma possível candidata à
sucessão do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em 2010.
"Na medida em que se menciona a ministra Dilma -que é
um quadro extraordinário,
uma pessoa muito decente,
uma pessoa muito capaz, muito
trabalhadora- como uma possível candidata à Presidência da
República, há um movimento
desta máquina clandestina que
tem o epicentro em São Paulo,
na imprensa de São Paulo, para
tentar desmoralizar, difamar,
de maneira a não deixar que essa pessoa se apresente para o
verdadeiro julgamento popular", disse, pela manhã.
Ciro, que faz parte da base
governista, citou a revista "Veja" como sendo a "ponta de lança" do suposto "esforço difamatório" contra a ministra. "Basta
a gente lembrar as acusações de
que o PT recebeu dinheiro de
Cuba, o que não é verdade, e de
que o PT recebeu dinheiro das
Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia], o que
também não é verdade", disse o
deputado, se referindo a reportagens da revista.
No fim de março, a "Veja" e,
depois, a Folha conseguiram
cópias de trechos do dossiê. A
ministra negou que a pasta tenha montado um dossiê. Disse
que estava sendo elaborado um
"banco de dados" com as despesas do governo de FHC.
Na sexta, a Folha publicou
reprodução do arquivo mostrando que ele foi produzido na
Casa Civil. Dilma levantou a
possibilidade de espionagem
nos computadores do Planalto.
Ciro acusou o senador tucano Álvaro Dias (PR) de entregar os dados sobre os gastos de
FHC à revista, com o objetivo
de "estabelecer uma novela escandalosa e difamatória do governo". Dias afirmou ter tido
acesso às informações, mas negou que as tenha vazado.
"Quem entregou essa informação para a revista "Veja'? Já
está esclarecido. Foi o senador
Álvaro Dias, um radical opositor ao governo Lula, quadro do
PSDB. Não passa pela cabeça
de ninguém que a ministra Dilma, querendo difamar o Fernando Henrique, fosse vazar
um dossiê para a mão do senador Álvaro Dias", disse Ciro.
Ao ser questionado sobre a
possibilidade de um terceiro
mandato para o presidente Lula, Ciro preferiu não falar.
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