São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Atravessado

A dois dias do lançamento de José Serra, é muito ruim o estado de espírito dos tucanos, a começar do próprio candidato, em relação ao silêncio de Aécio Neves diante da “viagem sentimental” de Dilma Rousseff por Minas. O caldo começou a entornar quando a ex-ministra rendeu homenagens a Tancredo sem que ninguém do PSDB local lembrasse que o PT boicotou, em 1985, sua eleição ao Planalto. E piorou quando Dilma sugeriu que os mineiros votem nela e em Aécio. De novo, nenhuma reação. O entorno de Serra lembra que em 2004 a então prefeita Marta Suplicy usou tática similar à de Dilma, anunciando em propaganda que trabalhava “muito bem” com Geraldo Alckmin. Em resposta, o governador veio a público afirmar que seu candidato era Serra e apenas ele.



Viveiro 1. O PSDB prevê gastar R$ 500 mil no lançamento de José Serra neste sábado em Brasília. Segundo a cúpula tucana, os recursos vêm do fundo partidário e do caixa do Diretório Nacional.

Viveiro 2. No evento, um telão exibirá em tempo real mensagens postadas no Twitter, seja pelos presentes, seja por quem seguir via internet.

Se liga.Foi na noite de anteontem, em vôo SP-Brasília, que Lula deu o toque em Michel Temer: como o presidente viaja aos EUA neste domingo, o peemedebista terá de se virar para não assumir o cargo, o que o tornaria inelegível.

Malas prontas. O vice José Alencar (PRB), que assim como o presidente da Câmara tem pretensões em outubro, já escolheu destino para fugir da inelegibilidade: Uruguai.

CVC. Até o final da tarde de ontem, Temer não havia decidido seu roteiro, mas tendia a optar por Buenos Aires.

Fazer o quê? Muito a contragosto, Lula avisou a seus colaboradores que, se a reforma do Planalto não estiver concluída até 21 de abril, data inicialmente prevista para a reinauguração do palácio, o presidente continuará a despachar na sede provisória do governo, no Centro Cultural Banco do Brasil. Desse modo, a capital ficaria sem um evento no Planalto no dia da comemoração de seus 50 anos.

Que tal? Com dificuldade para incluir Romeu Tuma como candidato ao Senado na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente do PTB-SP, Campos Machado, resolveu propor que os escolhidos sejam os dois nomes mais bem colocados em pesquisa a ser feita em junho, para “atender os princípios da fidelidade e lealdade”. Tuma está em segundo no Datafolha. É improvável que a proposta vingue.

Foice. O PC do B, que hoje formaliza apoio a Dilma Rousseff, está em pé de guerra com o PT em São Paulo. Os comunistas do Brasil ameaçam abandonar o candidato ao governo Aloizio Mercadante e aderir a Paulo Skaf (PSB) se os petistas insistirem em rejeitar o cantor e vereador Netinho de Paula como companheiro de chapa de Marta Suplicy ao Senado.

Binóculo. Com receio de ser acusado de promover “intervenção branca”, o Planalto observou de longe a definição dos candidatos à eleição indireta no DF. O governo avalia, porém, que o assunto intervenção voltará à baila se o escolhido usar o cargo como trampolim para se consolidar candidato em outubro.

Camarada. O principal padrinho da indicação do senador Gim Argello (PTB-DF) para a relatoria do Orçamento de 2011 foi Renan Calheiros (PMDB-AL). De início, o governo e o PT preferiam Inácio Arruda (PC do B-CE).

Deixa estar. A experiência negativa na votação dos royalties do pré-sal fez o governo reavaliar a conveniência de enviar ao Congresso, antes das eleições, o projeto da Consolidação das Leis Sociais.


com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"Do jeito que caminha o PSB, não vão bastar Romário e Marcelinho. Precisaremos de mais 20 ex-jogadores para conseguir votos ]na eleição."

Do deputado JÚLIO DELGADO (PSB-MG), reclamando da dificuldade de seu partido, ainda amarrado à incógnita da candidatura presidencial de Ciro Gomes, para fechar alianças nos Estados.

Contraponto

Último a saber

Em audiência realizada anteontem no Senado, a oposição tentava a todo custo apertar Celso Amorim. Na linha de frente, Tasso Jereissati (PSDB-CE) cobrou o chanceler a propósito de sua recente filiação ao PT.
-O senhor era Serra, seu neopetismo é comovente...
Em seguida, Tasso afirmou que Amorim é cotado para seguir no cargo em caso de vitória do tucano.
-Sou amigo dele. Mas, se ele considerou ou não o meu nome, nunca me disse nada disso- respondeu Amorim.
Tasso, que não tem a melhor das relações com o correligionário Serra, rebateu:
-O senhor sabe... ele gosta de guardar segredos...


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