São Paulo, quarta, 8 de abril de 1998

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Agricultor confessa crime

da Agência Folha, em Florianópolis

O agricultor José Cunha confessou ontem, em depoimento à polícia, que matou, na manhã de domingo, o sem-terra Sadi Padilha, acampado em uma fazenda em Abelardo Luz (oeste de Santa Catarina).
Cunha estava foragido e, acompanhado de um advogado, apresentou-se ontem pela manhã ao delegado Plínio Gomes Neto, de Clevelândia (PR), onde aconteceu o crime.
O agricultor foi liberado após o depoimento. Ele vai responder ao inquérito e ao processo em liberdade porque não houve flagrante.
Em seu depoimento, Cunha negou que disputas por terra tivessem motivado seu crime. Ele disse que matou o sem-terra depois de uma briga de bar.
Segundo Cunha, os dois eram conhecidos e passaram a noite bebendo juntos. Acabaram brigando devido a um jogo de sinuca. Ele disse que, bêbado e com medo de morrer, acabou dando um tiro no rosto de Padilha.
A direção do MST catarinense não acredita na versão de Cunha, que trabalha em uma fazenda já invadida.
"Quem vai acreditar nessa história absurda? É óbvio que está vinculado com o conflito agrário", disse o coordenador estadual Dirceu Vieira.
O MST afirma que a morte foi encomendada e que outros sem-terra estariam marcados para morrer.



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