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PERFIL
Ministro está licenciado da direção da CNI
DA REDAÇÃO
A carreira do ministro Fernando Bezerra, 60, sempre foi
marcada por sua participação
simultânea em atividades privadas e cargos públicos.
Formado em engenharia civil
em 1965, Bezerra passou a presidir nesse mesmo ano a construtora da família, a Ecocil Empresa de Construções Civis Ltda.
No ano seguinte, passou a integrar o quadro efetivo do DER
(Departamento de Estradas de
Rodagem) do Rio Grande do
Norte, instituição responsável
pela construção e conservação
das estradas, tornando-se diretor-geral do órgão em 1967 (permaneceu nesse cargo até 1971).
Ainda em 1967, passou a integrar o Conselho Rodoviário do
Estado e, no ano seguinte, tornou-se presidente do Clube de
Engenharia do Estado. Em 1969,
foi nomeado superintendente
de Obras do Estado do Rio
Grande do Norte, na gestão do
governador Walfredo Gurgel.
Ficou nessa função até 1971.
Além da Ecocil, Bezerra assumiria o comando de outras empresas criadas por sua família:
Agropesca Remoleiro S/A,
Graúnas Fazendas de Reflorestamento Ltda., Natal Shopping
Centers, Metasa Metais Seridó,
Hotéis Parque das Dunas S/A e
A/S Empreendimentos, Incorporações e Construções Ltda.
Em 1979 passou a presidir a
Federação das Indústrias do Rio
Grande do Norte -cargo que
ocupou até 1994- e, nessa condição, integrou o Conselho de
Administração do BNB (Banco
do Nordeste do Brasil S/A), que
gerencia a aplicação dos recursos do Finor, de 1981 a 1990.
Apesar de uma rápida passagem pelo movimento estudantil
(em 1963, Bezerra foi vice-presidente do Diretório Acadêmico
"Ferro Cardoso"), o ministro só
começou sua carreira política
em 1990, quando foi eleito suplente do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), tendo ajudado a financiar sua campanha.
Em 1995, quando Garibaldi tomou posse como governador,
Bezerra foi efetivado no Senado.
Nesse mesmo ano, foi eleito
presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), sendo reeleito para o cargo em
1998, do qual está licenciado
desde que assumiu o ministério.
Também em 1998, Bezerra foi
reeleito para o Senado com
539.199 votos (52,34% dos votos
válidos). Membro da CPI dos
Bancos, recebeu R$ 250 mil de
bancos para sua campanha.
Quando essa informação foi
divulgada, Bezerra disse que o
fato de receber esse tipo de contribuição não é inusitado, já que
ele é ligado à iniciativa privada.
Em 19 de maio de 1999, Bezerra assumiu a função de líder do
governo no Senado, indicado
por Fernando Henrique Cardoso. Após a divulgação dos telefonemas grampeados no BNDES,
defendeu FHC de ter influído na
privatização da Telebrás: "O
presidente não cometeu nenhuma irregularidade. Ele estava
apenas torcendo e colaborando
para o sucesso da privatização".
No dia 19 de julho, assumiu o
Ministério da Integração Nacional, órgão que substituiu a Secretaria de Políticas Regionais
(ocupada por Ovídio de Ângelis), para compensar o PMDB
pela saída de Renan Calheiros
do Ministério da Justiça.
Ainda em 1999, sua firma Ecocil foi acusada de ter recebido irregularmente R$ 500 mil do governo do Rio Grande do Norte.
Bezerra disse estar licenciado da
Ecocil desde 1994, mas alegou
que o pagamento era legal.
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