|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ROMBO TRANSAMAZÔNICO
Aterro é próximo a condomínio de família do ministro
Recurso para flagelados foi
liberado para obra em Natal
WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Recursos do fundo de emergência da Defesa Civil, voltados para
ações de socorro a flagelados da
seca ou a vítimas de enchentes e
gerenciados pelo Ministério da
Integração Nacional, foram liberados para a obra de aterramento
e embelezamento da praia de
Areia Preta, em Natal (RN). Ao lado da praia fica o condomínio fechado que está sendo construído
pela Ecocil, empreiteira da família
do ministro Fernando Bezerra.
A obra teve R$ 4,187 milhões liberados em 1999 para a Prefeitura
de Natal, dentro do Programa de
Prevenção de Desastres. Os dados
constam do Siafi (sistema de
acompanhamento da execução financeira da União).
Apesar da verba ter sido liberada, a obra, orçada em R$ 6 milhões, não foi executada e o dinheiro está parado no Banco do
Brasil, devido à ação civil pública
por problemas ambientais. Só
agora a prefeitura obteve liminar
no TRF (Tribunal Regional Federal) para poder tocar a obra.
Em junho do ano passado, a
prefeitura contratou sem licitação
a empresa EIT, que tem como sócia a família do deputado Múcio
Sá (PMDB-RN), amigo e correligionário de Bezerra e que foi o relator da CPI do Finor -que investigou os contratos da extinta
Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), sendo um deles o da Metasa, que pertenceu ao ministro.
A justificativa para a contratação foram as fortes chuvas que levaram à decretação estado de calamidade pública na cidade. Assim, foi dado caráter emergencial
à obra, que busca barrar o avanço
do mar que ameaça um calçadão
que margeia a orla sul da praia.
Além do tapete de areia sobre as
pedras que dão nome à praia, seria feito um terceiro muro de contenção para tentar afastar o mar.
Outro lado
Ontem, Bezerra se recusou a comentar o assunto. O assessor de
imprensa dele, Marcelo Tognosi,
disse que o caso era com a prefeita
de Natal, Wilma Maria de Faria
(PSB), uma vez que o ministro
"não é gestor de recursos".
O assessor disse que a liberação
dos recursos não poderia ser encarado como benesse pessoal.
Texto Anterior: Perfil: Ministro está licenciado da direção da CNI Próximo Texto: Extinção da Sudene pára investigação em empresa Índice
|