São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2001

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CASO TRT

Força-tarefa rastreia outra conta de Nicolau

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro e o Ministério Público Federal estão rastreando, com a ajuda do Departamento de Justiça dos EUA, os depósitos e retiradas de uma conta chamada "Vespasiano", aberta em agosto de 91 pelo juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto e sua mulher, Maria da Glória, no Delta Bank de Nova York.
Dados já obtidos com a quebra do sigilo dessa conta serão enviados nesta semana à Suíça, em petição na qual o governo brasileiro se apresenta como vítima em ação penal aberta pela Procuradoria do Cantão de Genebra contra o juiz, acusado naquele país do crime de lavagem de dinheiro.
Assim, o governo brasileiro espera repatriar cerca de US$ 3,8 milhões que estão depositados na conta 51706 Nissan (abreviação de Nicolau dos Santos Neto) no banco Santander de Genebra.
Desses U$ 3,8 milhões, que passaram antes por vários bancos dos Estados Unidos e de paraísos fiscais, U$ 200 mil saíram da conta "Vespasiano" -nome cuja origem não foi identificada ainda pela força-tarefa criada pelo governo brasileiro e pelo Ministério Público para reaver os R$ 169 milhões desviados do Fórum Trabalhista de São Paulo. Entre agosto de 91 e janeiro de 92, quando foi feita a licitação para a construção do fórum trabalhista, a conta "Vespasiano" recebeu depósitos no valor total de US$ 490 mil.
Segundo o procurador Antenor Madruga, representante da AGU (Advocacia Geral da União) na força-tarefa, esses depósitos são um forte indício de que a licitação foi direcionada em favor de um dos concorrentes -a Ikal/Incal, que seria controlada pelo Grupo OK, do ex-senador Luiz Estevão. Madruga disse que a vinculação de Estevão com Nicolau foi provada com a descoberta das fichas de abertura das contas de Leo Green e James Tower no Delta National Bank de Miami.
Conforme as fichas, essas contas pertencem na verdade a Luiz Estevão, que declarou à Justiça não ter dinheiro no exterior. Até então, a ligação de Estevão com o desvio de dinheiro se limitava aos depósitos R$ 60 milhões feitos pela Incal nas contas do Grupo OK.
A conta "Vespasiano" foi zerada em maio de 96, com a transferência de US$ 133 mil para o banco Noroeste das Ilhas Cayman.


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