São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

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Serra faz consultas e já cogita se candidatar a prefeito de São Paulo

Omar Freire/Imprensa MG
José Serra (à dir.) inaugura sede do PSDB em Minas Gerais ao lado do governador Aécio Neves


KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PSDB, José Serra, emite sinais de que disputará a Prefeitura de São Paulo em outubro. Serra começou a consultar dirigentes tucanos para tomar decisão definitiva em breve. A Folha apurou que uma de suas exigências é a quitação de dívidas da campanha presidencial de 2002. A outra é ter assegurada a candidatura ao governo paulista em 2006 caso seja derrotado neste ano.
Nas consultas, Serra pergunta aos interlocutores quais são os prós e contras de sua candidatura. Fala da necessidade de o partido garantir recursos para a disputa. É uma mudança radical. Até pouco tempo atrás, rejeitava tocar no assunto mesmo com o amigo Fernando Henrique Cardoso.
A entrada de Serra no páreo seria muito significativa. Pesquisa Datafolha do final de março mostrou que ele aparece na liderança, empatado tecnicamente com o ex-prefeito Paulo Maluf (PP). Maluf teve 24% das intenções de voto. Serra, 22%. Nesse cenário, a prefeita Marta Suplicy (PT), candidata à reeleição, obteve 17%.
No cenário em que Serra é substituído pelo secretário da Segurança de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, nome preferido do governador Geraldo Alckmin, Maluf conseguiu 23%. Marta alcançou 20%. E o tucano Saulo ficou em último, com 2%. Os outros pré-candidatos tucanos (José Aníbal, Zulaiê Cobra Ribeiro e Walter Feldman) também não têm bom desempenho.
Dirigentes do PT, como o secretário-geral da sigla, Silvio Pereira, demonstram temor em relação a Serra, que corre contra o tempo.
O PSDB paulistano tem pré-convenção marcada para o próximo dia 16, com quatro inscritos em prévia. Se Serra aceitar, o partido cancela a prévia e o escolhe pré-candidato por consenso.
FHC já tem dito reservadamente que crê na candidatura Serra. O mesmo tem feito o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB-MG), com quem Serra esteve ontem em Belo Horizonte. Parlamentares do PSDB que estiveram com Serra durante a última semana em Brasília avaliam que o ex-ministro da Saúde está perto de dizer sim.
Na última quarta-feira, em reunião da Executiva Nacional do PSDB, em Brasília, Serra sofreu pressão. Ouviu que o partido foi leal a ele e que agora a legenda busca nomes de peso para enfrentar o PT nas capitais. Com uma dura ação de bastidor, FHC age em favor de Serra. O secretário de Governo de Alckmin, Arnaldo Madeira, está no centro da articulação, enquanto FHC mina Saulo.


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