São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

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PFL de SP lança Pinotti à prefeitura e provoca crise interna na legenda

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O PFL paulista lançou ontem o deputado federal José Aristodemo Pinotti como pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, o que acabou deflagrando uma crise dentro da legenda.
O senador Romeu Tuma, que havia colocado o seu nome à disposição da sigla, disse não ter sido consultado sobre a decisão. Afirmou ainda que não descarta a possibilidade de exigir prévias em junho, prazo estipulado pela legislação eleitoral para serem realizadas as convenções e homologados os nomes dos candidatos.
"Achei a decisão uma descortesia total. Foi uma atitude unilateral", afirmou Tuma, em referência à decisão do PFL estadual, que teve o respaldo do presidente nacional do PFL, o senador Jorge Bornhausen (SC).
Tuma disse ter sido avisado da decisão do PFL de lançar Pinotti apenas na noite de anteontem.
O deputado, que se filou ao PFL em 2003, disse que a iniciativa de lançar o seu nome foi da legenda. "Somos grandes amigos [Tuma e ele]. Concordamos que a decisão seria do partido", afirmou Pinotti.
No PSDB, que busca uma composição com o PFL ainda no primeiro turno, o lançamento da candidatura Pinotti foi visto como uma pressão dos pefelistas para negociar o apoio aos tucanos.
"O PFL decidiu pela candidatura própria. A minha candidatura é para valer", declarou Pinotti.
"Nós deixamos o cargo de vice em aberto, mas o PSDB tem a disposição de partir com candidato próprio. É uma decisão política do PFL ter candidato na maior cidade do país", disse o deputado federal Gilberto Kassab, líder do partido no Estado. "A decisão de hoje é muito clara. Iremos para a eleição com candidato próprio", completou o vice-governador paulista, Cláudio Lembo.
No próprio PFL, no entanto, admite-se que, se o presidente nacional do PSDB, José Serra, fosse candidato, o cenário mudaria: o PFL se coligaria com o PSDB, e Pinotti ficaria como vice na chapa.
Kassab negou que tal cenário possa ocorrer: "Serra não irá disputar a eleição e, mesmo que a dispute, a situação hoje é difícil. O PFL tem um quadro consolidado de candidatura própria".
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que o seu partido ainda busca o apoio do PFL. "Nós do PSDB certamente gostaríamos muito de ter o PFL conosco, mas respeitamos suas decisões. Se depender do PSDB, estaremos juntos numa parceria que deu certo [como na eleição de 2002]. Vamos aguardar."


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