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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Ninguém viu
A indefinição na partilha de cargos do segundo escalão acendeu o sinal amarelo no PT, que vê na demora
indício de que as "porteiras abertas" em ministérios
de aliados podem ficar só no discurso presidencial.
Os dirigentes, que chegaram a criar um grupo para
receber nomes de seus comandos regionais e setoriais, de deputados e senadores, cobraram no final de
abril uma definição dos ministros Paulo Bernardo
(Planejamento) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral), integrantes da comissão do governo que cuida do assunto,
mas não houve resposta. A relação com Mares Guia
(Relações Institucionais), dizem, também não prosperou. A Executiva da sigla deve avaliar a situação em
reunião na próxima segunda. No Planalto, a previsão
é que a ocupação de cargos seja concluída só em julho.
Ferida. O trauma causado
pelo motim dos controladores na Aeronáutica está longe
de ter sido curado. Oficiais fizeram chegar à CPI do Apagão Aéreo: não gostariam que
os sargentos fossem chamados a depor. Estes, no entanto, pediram para serem ouvidos.
Aéreos. Do líder do governo
na Câmara, José Múcio (PTB-PE), sobre a convocação do
astronauta Marcos Pontes para depor na CPI: "O pessoal
deve ter confundido a gravidade da crise aérea com a falta
de gravidade no espaço".
Bagunça. O PSDB passou o
dia de ontem dizendo que a
convocação de familiares das
vítimas do desastre da Gol
não é para agora. Não sabia
que Geraldo Thadeu (PPS-MG), o mesmo que quer o astronauta na CPI, havia apresentado requerimento pedindo exatamente o contrário.
Vão em frente. Do ex-senador Jorge Bornhausen
(DEM-SC), sobre a idéia de
Miro Teixeira (PDT-RJ) de
investigar a venda da Brasif,
da qual foi vice-presidente:
"Se a única coisa que o governo tem para atingir a oposição
é isso, vão se dar mal, porque
nunca tive ações da empresa".
De bem. A bronca do presidente da Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), é com o
governo, e não com o líder José Múcio (PTB-PE), dizem
aliados que acompanharam o
imbróglio do aumento do repasse para os municípios,
abortado pela Receita mesmo
depois de prometido por Lula.
Barrado. Parecer de técnicos do TSE recomenda a rejeição das contas de Geraldo
Alckmin na campanha presidencial de 2006. O tucano não
movimentou a conta de candidato, deixando o fluxo de dinheiro a cargo de seu comitê,
o que é irregular, segundo o
corpo técnico do tribunal.
E eu? No balanço do PAC
ontem, mesmo com Alfredo
Nascimento à mesa, Dilma
Rousseff e Paulo Bernardo
chamavam o secretário-executivo dos Transportes, Paulo
Sérgio Passos, de "ministro".
Choro. Construtoras procuraram a pasta da Integração
Nacional a fim de adiar a data
de entrega de propostas para
a licitação da transposição do
São Francisco. Queriam rediscutir o preço da obra, considerado muito baixo. O ministério deu de ombros e receberá os envelopes amanhã.
Miscigenação. Governistas e opositores se uniram para tentar incluir no PAC um
projeto do governo paulista
de R$ 50 milhões contra enchentes no Pirajussara. O córrego passa por Taboão da Serra, onde o prefeito é do PSB,
Embu, de gestão petista, e São
Paulo, nas mãos do DEM.
Onda. Enquanto Lula falava
sobre aborto a emissoras católicas, as frentes parlamentares Evangélica e da Defesa
da Família preparavam texto
para ser entregue hoje ao vice
José Alencar. Querem que o
governo se declare contrário à
descriminalização da prática.
Nicho. O PSOL fechou lista
de 22,5 mil filiados aptos a escolher os delegados de seu
congresso, em junho. "Já somos os maiores dos que estão
à esquerda do PT", diz o deputado Chico Alencar (RJ).
Tiroteio
"Se governo já tem dificuldade de lidar com
bagres ensaboados no Congresso, deveria saber
que numa área técnica, como a ambiental, não
se consegue nada via pressão política".
De MARIO MANTOVANI, diretor da Fundação S.O.S. Mata Atlântica, sobre a polêmica das licenças ambientais para as obras do PAC.
Contraponto
Déficit nominal
Em reunião da bancada do PT duas semanas atrás, os
deputados discutiam a conjuntura econômica quando foram chamados a comparecer ao plenário.
-Líder, quanto tempo eu tenho para falar? -, questionou Antonio Palocci (SP), na tentativa de fazer sua intervenção antes da saída dos colegas.
Coube a Virgílio Guimarães (MG) propor uma fórmula
matemática para o ex-ministro da Fazenda:
-Fale mais que o PIB e menos que os juros!
Todos caíram na risada. Mas Palocci deu de ombros para o critério: passou com folga dos 12 minutos e meio que
corresponderiam aos 12,5% da taxa Selic.
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