São Paulo, sábado, 08 de maio de 2010

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Paulo Li indica secretário como testemunha

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O empresário Li Kwok Kwen, o Paulo Li, arrolou o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., como sua testemunha no processo em que é réu sob acusação de importação ilegal de celulares.
Tuma Jr. foi arrolado por Li, na 3ª Vara Federal Criminal paulista antes da divulgação, pelo jornal "O Estado de S. Paulo", de seus telefonemas para Tuma Jr. A defesa de Li diz que as famílias "são amigas há 30 anos" e que o depoimento do secretário mostraria que Li "é trabalhador e honesto".
Tuma Jr. era o verdadeiro alvo da PF na operação contra contrabandistas de São Paulo. Foi o que informou à Justiça a defesa de Li. A PF nega sobre o alvo, mas confirma que pediu e obteve autorização judicial para fazer uma escuta ambiental no carro particular de um assessor de Tuma Jr., mas que não chegou a fazê-la.
"O paciente [Paulo Li] não era o alvo da Polícia Federal e que foi preso, quem sabe, como última forma de se chegar ao alvo e "entregar" em seu interrogatório seu amigo e atual secretário Romeu Tuma Jr", escreveu a defesa de Paulo Li. Procurado pela Folha, Tuma Jr. disse que desconhece a escuta telefônica no carro de seu assessor e que, "se isso for verdade", considera um "total absurdo".
"Eu percebo que estão ferindo o princípio da coisa julgada a cada momento. As decisões da Justiça têm de ser respeitadas. Eu já fui investigado, não teve indiciamento, não teve denúncia, não teve processo", afirmou o secretário.
A Comissão de Ética Pública da Presidência deverá analisar na segunda a situação de Romeu Tuma Jr. devido à repercussão alcançada pelo caso. A Polícia Federal encaminhou anteontem ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto , os autos da Operação Wei Jin. Ontem, em Buenos Aires, o ministro não respondeu às perguntas da Folha sobre o caso e cancelou uma entrevista coletiva. (RUBENS VALENTE, LEONARDO SOUZA e HUDSON CORRÊA)


Colaborou° SILVANA ARANTES ,°de Buenos Aires



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