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REFORMA
Em reunião, FHC decide tratar deputados que são contrários a emenda da Previdência como oposicionistas
Governo fará retaliação contra dissidentes
da Sucursal de Brasília
O governo vai
tratar como
oposicionistas
os deputados
que votarem
contra a reforma da Previdência. Segundo os líderes governistas que participaram ontem de
uma reunião com o presidente
Fernando Henrique Cardoso, foi
decidido que os dissidentes não
terão liberação de emendas feitas
ao Orçamento e não poderão indicar afilhados para cargos políticos.
A reunião de FHC ontem com os
líderes ocorreu após a derrota de
anteontem na votação do dispositivo da reforma que estabelecia
idade mínima para aposentadoria.
Os líderes foram autorizados
por FHC a barrar os pleitos dos
governistas dissidentes. Eles afirmaram que o parlamentar que recebe apoio do governo e depois
vota contra as propostas para não
contrariar as bases não será mais
considerado aliado.
"Não dá para votar contra e ser
governo só no gabinete. Não dá
para o deputado (que votar contra) ter espaço no governo, ir lá
pedir cargos. Ele deixará de ser governo e não participará dos êxitos
do governo", disse o líder do
PSDB, Aécio Neves (MG).
Para os líderes, os deputados de
partidos aliados que não acompanham o governo devem procurar
outros caminhos para sobreviver
politicamente.
"Esses deputados devem defender teses da oposição e subir no
palanque da oposição. Eles receberão de Lula (pré-candidato do
PT à Presidência) tratamento
vip", afirmou o líder do PMDB,
Geddel Vieira Lima (BA).
Ontem o PSDB tomou a primeira atitude prática para forçar os
votos do partido. A Executiva Nacional fechou questão a favor da
reforma da Previdência. Os deputados que votarem contra poderão
ser punidos de acordo com o estatuto, que prevê até a expulsão.
"É hora de coerência e firmeza.
Não é tempo de vacilação, omissão ou tergiversações", disse a cúpula tucana em nota oficial.
Os líderes governistas estão analisando o mapa de votação para
identificar os dissidentes e os motivos do voto contrário. Segundo
eles, não haverá mais negociação
de pontos do projeto.
(LUIZA DAMÉ e DENISE MADUEÑO)
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