São Paulo, sexta, 8 de maio de 1998

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Kandir culpa voto eletrônico

da Sucursal de Brasília

O deputado Antonio Kandir (PSDB-SP) responsabilizou o sistema de votação da Câmara por não ter votado a favor do governo na sessão que derrubou o limite de idade na reforma da Previdência. O voto de Kandir foi decisivo para a derrota governista.
"O fato é que o sistema de votação da Câmara impediu-me de retificar o voto registrado no painel. Anulou-se assim minha real intenção de voto, pública e manifesta", disse o deputado, ex-ministro do Planejamento do governo Fernando Henrique Cardoso.
Kandir se absteve na votação do dispositivo que estabelecia a idade mínima para aposentadoria. O governo perdeu por um voto.

Rigotto
O governo também perdeu o voto do deputado Germano Rigotto (PMDB-RS), ex-líder de FHC no Congresso. No caso de Rigotto, segundo sua assessoria, não houve erro, mas a intenção de votar contra a exigência de idade mínima para aposentadoria.
Na votação do texto básico da reforma, no dia 11 de fevereiro, Rigotto deixou claro que apoiava a proposta do governo, mas votaria contra dispositivos do projeto, inclusive o da idade mínima.
Kandir disse que errou o voto, pois sua posição a favor da reforma "é inequívoca e conhecida há muitos anos".
"Fosse minha intenção abster-me na votação de ontem (quarta), não teria comparecido à Câmara, como muitos o fizeram."
Segundo Kandir, o dispositivo retirado anteontem é importante, mas só traria efeitos financeiros em 30 anos, pelo menos. "Certamente, muito antes disso, teremos de votar e votaremos uma nova reforma", afirmou.
Deputados que saíram na defesa de Kandir argumentam que as três teclas (sim, abstenção e não), localizadas embaixo da bancada de votação, são muito próximas e podem levar ao erro no momento da escolha.
Para o deputado Luiz Carlos Santos (PFL-SP), também ex-ministro do governo FHC, o sistema de votação não apresenta falhas e não há nenhuma dificuldade em escolher o voto.
"Se for difícil apertar botão, fica difícil viver", disse.



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