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Saiba quem é Francisco Lopes
DA REDAÇÃO
Mineiro de Belo Horizonte,
Francisco Lafaiete de Pádua Lopes, é filho de Lucas Lopes, ministro da Fazenda (1958-1959) do
presidente Juscelino Kubitschek.
Formado em economia pela
Universidade Federal do Rio de
Janeiro, pós-graduado na Fundação Getúlio Vargas e com PhD em
Harvard (EUA), Lopes se destacou como professor da PUC-RJ.
Formou com Pérsio Arida, André Lara Resende, Edmar Bacha e
outros o núcleo do chamado grupo heterodoxo. Especialista em
macroeconomia, Lopes passou a
integrar o governo José Sarney
como assessor do ministro do
Planejamento, João Sayad.
Em 1986, Lopes foi um dos formuladores do Plano Cruzado,
que consistia em um congelamento de preços cuja finalidade
era quebrar a inflação inercial.
Em 1987, contribuiu também na
elaboração do Plano Bresser, mas
já não ocupava cargo no governo.
Nesse ano, publicou o livro "O
Choque Heterodoxo: Combate à
Inflação e Reforma Monetária".
No ano seguinte, propôs a criação de uma nova moeda, chamada real, baseada na OTN. A proposta consta de seu segundo livro,
"O Desafio da Hiperinflação, em
Busca de uma Moeda Real". Em
1994, deu consultoria informal à
equipe que fez o Plano Real.
Tornou-se sócio de uma empresa de consultoria, a Macrométrica, da qual se afastou ao assumir
uma diretoria do Banco Central,
no dia 12 de janeiro de 1995.
Em outubro de 1998, foi sondado pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso para assumir a
presidência do Banco Central. No
dia 8 de janeiro, recebeu telefonema de FHC, no qual ficou praticamente acertada sua nomeação para o lugar de Gustavo Franco.
Assumiu no dia 13, elevando o
teto das cotações do dólar de R$
1,22 para R$ 1,32. No dia 14, o BC
socorre os bancos Marka e FonteCindam, assumindo os contratos
de venda de dólar das duas instituições, medida que deu um prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao BC. A
desvalorização do real fugiu ao
controle do BC, que adotou então
a política de livre flutuação. Desgastado com a evolução dos acontecimentos, Lopes pediu demissão do BC em 1º de fevereiro.
A CPI dos Bancos quebrou o sigilo telefônico de Lopes, revelando intensa comunicação entre ele
e a Macrométrica durante o período em que ele esteve no BC.
Durante as investigações, o Ministério Público do Rio apreendeu um bilhete em que Sérgio
Bragança afirma ter, em contas no
exterior, US$ 1,675 milhão de propriedade de Francisco Lopes.
Chegou a ser preso no Senado
pela CPI dos Bancos, quando se
recusou a depor na condição de
testemunha. Pagou fiança e foi
solto. Está respondendo a um
processo por evasão de divisas.
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