São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2004

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PAINEL

Nota de corte
Em café da manhã ontem, Aldo Rebelo e José Sarney repassaram a previsão de votos das bancadas do Senado no salário mínimo de R$ 260. Concluíram que passa. Com alguma dificuldade, mas passa. O Planalto quer votar no próximo dia 16.

Cinta larga
No arrastão gastronômico pelos R$ 260, Lula almoça amanhã com os líderes dos partidos aliados. Aldo, além do café com Sarney, jantou ontem com o reticente Cristovam Buarque.

Prova dos nove
Diante dos elogios ao desempenho de Aldo na votação na Câmara, a tropa de José Dirceu desafia: quer ver o ministro da Coordenação Política arrancar os R$ 260 do Senado, onde transita menos, sem uma mãozinha do chefe da Casa Civil.

Sal de frutas
Quem encontrou José Dirceu no sábado, na comemoração do aniversário de João Paulo Cunha, pôde notar que o ministro não digeriu bem o banquete de reportagens favoráveis a Antonio Palocci oferecido pela imprensa no final de semana.

História reescrita
Piada surgida em Brasília com os recém-publicados panegíricos de Antonio Palocci e o conseqüente mau humor de José Dirceu: "O Brasil é o único lugar em que Trotsky venceu Stálin".

Diplomacia zero
Encerrado o lançamento do Farmácia Popular, o governador Paulo Souto (PFL) disse esperar que, na próxima visita a Salvador, Lula aceite experimentar o cardápio do Palácio de Ondina, já aprovado por vários de seus ministros. O presidente foi almoçar com líderes petistas.

Arroz-de-festa
Ninguém entendeu o que o líder do MST José Rainha Jr. fazia no espaço reservado às autoridades durante o evento do Farmácia Popular em Salvador.

Ficha médica
Preso pela PF na Operação Vampiro, o lobista Laerte de Arruda Corrêa Júnior auxiliou, no início dos anos 90, o então governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, na escolha de um de seus secretários da Saúde.

Disco rígido
Intermediador de doações para campanhas eleitorais, Corrêa Júnior teria recebido ameaças antes de se entregar à Polícia Federal no sábado, uma delas com menção a seu "péssimo hábito" de guardar documentos.

Nuvem carregada 1
O tempo fechou na reunião ministerial de sexta. Ciro Gomes atacou o uso de emendas ao Orçamento como moeda política. Bateu também nos "meninos" de Waldir Pires, nem sempre compreensivos em relação a erros em convênios assinados de afogadilho por pressão política.

Nuvem carregada 2
Pires defendeu o trabalho da controladoria geral. Aldo respondeu que as emendas são a forma mais "democrática e transparente" de participação do Congresso no Orçamento.

Canal aberto
Mais flexível que seu antecessor em relação à reforma do Judiciário, o presidente do STF, Nelson Jobim, almoça hoje com os 23 senadores do PMDB. Na casa de Amir Lando (Previdência), que aproveitará para pedir votos para o mínimo de R$ 260.

Dando um tempo
A separação do senador tucano Tasso Jereissati e do ministro Ciro Gomes (PPS) na eleição de Fortaleza é circunstancial.

Lista de presentes
A Secretaria da Habitação do governo paulista, vaga desde que o tucano Barjas Negri entrou em campanha pela Prefeitura de Piracicaba, poderá enriquecer o dote a ser oferecido ao PFL para apoiar José Serra.

TIROTEIO

Do deputado petista José Mentor (SP), sobre declaração do ex-governador Orestes Quércia, segundo quem o PMDB "baixará o sarrafo no PT" na campanha eleitoral:
-Ele pode ficar tranqüilo. Nosso partido como um todo não medirá esforços para tê-lo ao nosso lado em São Paulo.

CONTRAPONTO

Clamor das ruas

O lançamento do programa Farmácia Popular, ontem em Salvador, foi cercado de cuidados para evitar constrangimentos a Lula e promover a claudicante candidatura do petista Nelson Pellegrino a prefeito.
Manifestantes da Força Sindical e do PSTU conseguiram vaiar o presidente, mas foram mantidos, juntamente com suas faixas, a seguros cem metros de distância do palanque. Na frente deste, apenas simpatizantes.
Aos gritos de "é Pellegrino", os petistas ouviram os discursos de Lula e do ministro Humberto Costa (Saúde). Vaiaram quando o governador Paulo Souto e o prefeito Antonio Imbassahy, ambos do PFL, foram citados.
No palanque, Ciro Gomes (Integração Nacional) não conteve a ironia diante das vaias:
-Que bonito, Pellegrino, que manifestação espontânea!
Por um instante, o deputado não sabia onde se esconder.


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