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OPERAÇÃO VAMPIRO
Local guarda papéis importantes sobre licitações do ministério
Arquivo de documentos da pasta da Saúde é arrombado
Alan Marques/Folha Imagem
![](../images/n0806200401.jpg) |
Entrada da garagem do prédio anexo do Ministério da Saúde cuja sala foi arrombada na sexta-feira |
EDUARDO SCOLESE
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A sala na qual funciona o arquivo geral de documentos do Ministério da Saúde, em Brasília, foi
arrombada na última sexta-feira.
O local invadido concentra os
mais importantes documentos
sobre as licitações da pasta, foco
da Operação Vampiro, da Polícia
Federal, que investiga a atuação
de uma quadrilha que fraudava
compras do ministério.
Somente ontem a informação
chegou ao conhecimento do ministro Humberto Costa (Saúde),
por meio da chefia de segurança.
A Polícia Federal, que está investigando o caso, ainda não sabe ao
certo o que foi levado do arquivo.
Diante da notícia, Costa pediu
que a segurança no local fosse reforçada e que a auditoria interna
instaurada por ele para apurar todos os contratos de licitação da
pasta também investigasse o arrombamento.
No arquivo, que fica no subsolo
de um prédio anexo à sede do ministério, estão todos os documentos das áreas técnica, financeira e
administrativa da pasta, entre os
quais a papelada de todos os processos de licitação da pasta.
Desde que a Operação Vampiro veio à tona, 25 funcionários do
ministério foram exonerados.
Dez deles foram afastados da pasta de forma "preventiva". A
maioria dos acusados atuava na
comissão de licitação do ministério. Eles, segundo a investigação
da PF, recebiam comissões de lobistas e empresários do ramo de
medicamentos.
Segurança
Segundo o ministério, um segurança do prédio anexo identificou o arrombamento da sala do
arquivo por volta das 20h30 da
última sexta-feira.
Algumas gavetas estavam abertas, todas as luzes estavam acesas
e fichas cadastrais (usadas para a
localização de documentos) estavam pelo chão. Durante toda a
sexta-feira ocorreu uma festa junina no estacionamento do ministério (a cerca de 50 metros do
local do arrombamento). Participaram da festa funcionários da
Saúde e da Previdência.
De acordo com a assessoria de
imprensa da pasta, assim que notaram o arrombamento, por volta das 20h30, os seguranças do local comunicaram o fato à Polícia
Civil do Distrito Federal e à Polícia Federal. A PF só entrou no caso ontem.
O local, a pedido da PF, permaneceu lacrado e sob vigília reforçada durante todo o final de semana. Não há arquivos eletrônicos na sala, apenas milhares de
documentos em papel -guardados em antigos arquivos de ferro,
movidos à manivela.
Todos os documentos do arquivo do ministério em Brasília
estão na sala que foi arrombada.
O restante fica espalhado pelas
representações da pasta nos Estados. Não há informações a respeito da existência de cópias esses
documentos.
Perícia
Durante toda a tarde de ontem,
policiais federais realizaram um
trabalho de perícia no local. Nenhuma informação a respeito foi
divulgada. O ministério apenas
informou que não possui informações sobre documentos que
possam ter sido furtados ou danificados.
"A partir desse levantamento
[da Polícia Federal], auditorias
especiais da comissão de auditoria do ministério, da CGU (Controladoria Geral da União) e do
TCU (Tribunal de Contas da
União) poderão ser solicitadas",
informou o ministério, no final
da tarde de ontem, por meio de
nota oficial.
Segundo a pasta, o efetivo da segurança do ministério trabalhou
normalmente na última sexta-feira. O local abre de segunda a sexta
para consultas internas. Por determinação da assessoria jurídica
da pasta, a sala permanecerá fechada nos próximos dias. Não há
prazo para a conclusão das investigações.
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