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OPERAÇÃO VAMPIRO
Data do depoimento de Delúbio Soares ainda não foi definida
PF convocará tesoureiro do PT para depor sobre doação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal irá convocar o
secretário nacional de Finanças
do PT, Delúbio Soares, para prestar depoimento no âmbito das investigações relacionadas à Operação Vampiro. A data do depoimento ainda não foi definida.
Os investigadores querem saber
se havia a relação de Delúbio com
outros personagens da suposta
quadrilha responsável por fraudes em compras realizadas pelo
Ministério da Saúde. Registrado
no inquérito, há o depoimento do
lobista Francisco Danúbio Honorato, que citou o petista.
Segundo Honorato, o também
lobista Laerte Corrêa Júnior arrecadou dinheiro para campanhas
políticas do PT, com o conhecimento de Delúbio. Na semana
passada, em entrevista à Folha,
Delúbio confirmou ter encontrado Corrêa, mas negou irregularidades nas contas do partido entregues à Justiça.
Corrêa, que estava foragido desde o início do mês, entregou-se à
PF na tarde de sábado em São
Paulo. Ele deve ser transferido para Brasília nos próximos dias.
De acordo com o tesoureiro do
PT, os laboratórios farmacêuticos
doaram de R$ 1,5 milhão a R$ 1,6
milhão às contas de campanha do
partido. Levantamento da Folha
demonstra, porém, que as doações somam R$ 1,075 milhão ao
comitê financeiro do PT e ao então candidato Luiz Inácio Lula da
Silva na corrida eleitoral em 2002.
Apenas um dos 12 laboratórios
está sob investigação na Operação
Vampiro. Para esclarecer a dúvida, Delúbio determinou um levantamento nas contas repassadas à Justiça eleitoral, que deve ficar pronto até amanhã.
A Operação Vampiro foi deflagrada em maio, com a prisão de
17 pessoas, entre empresários,
servidores públicos e lobistas. Foram detectados indícios de fraude
na aquisição de derivados do sangue, insulina e preservativos. A PF
analisa material apreendido para
verificar o alcance da quadrilha.
Caixa eleitoral
Em conversas informais com
investigadores, alguns suspeitos
confirmaram que parte do valor
obtido era reservado para caixa de
campanha, sem especificar para
qual campanha. Um delegado federal envolvido nas investigações
disse à Folha que o caixa será investigado, mas ainda há pouco
para direcionar o inquérito totalmente para esse ponto.
Há argumentos práticos, como
o fato de que mais indícios surgirão com o aprofundamento das
investigações, e técnicos: se a investigação tomar o rumo de crime
eleitoral, o inquérito é repassado
para a Justiça Eleitoral, o que limita a ação dos policiais.
A solução encontrada pela PF é
obter provas de maior consistência sobre a caixa de campanha e
depois desmembrar o inquérito
em outros, específicos.
Até agora, a ênfase das investigações é mapear o patrimônio
dos suspeitos. Ontem, a PF confirmou a existência de bens do lobista Jaisler Jabour de Alvarenga,
preso em Brasília, e de familiares
seus no exterior.
(AM E ID)
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