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CONGRESSO
Medida evitaria o recesso em julho, mas não haveria salário extra
João Paulo articula autoconvocação
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), está articulando com seu colega do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), para fazer uma autoconvocação do Congresso no próximo mês de julho,
quando normalmente os deputados e senadores ficam em recesso.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva foi sondado e teve uma reação inicial positiva. Hoje, ele se
reúne no Planalto com João Paulo
e Sarney para discutir o assunto.
Quando há convocação por iniciativa dos congressistas, não são
pagos salários extras. O adicional
só existe quando a convocação é
por iniciativa do Poder Executivo.
Pelo trabalho em julho, haveria
a recompensa do recesso branco
em agosto, quando esquentam as
campanhas para prefeito no país.
Para João Paulo, é preciso aproveitar o momento pelo qual o país
passa, com o alívio da área econômica, aprovando alguns projetos
que possam melhorar ainda mais
o ânimo dos agentes financeiros.
E, se possível, ajudar o Banco
Central a encontrar argumentos
para retomar a redução dos juros.
"Vivemos um momento econômico positivo e importante. Para
consolidá-lo, é necessário aprovar
projetos pendentes. Temos que
tomar essa iniciativa. Já conversei
a respeito com os presidentes Sarney e Lula", afirma João Paulo.
Se o Congresso não for convocado em julho, possivelmente não
terá como aprovar alguns projetos que a área econômica considera relevantes. Até o dia 30, há
obrigações inescapáveis. Só na
Câmara, seis MPs vão trancar a
pauta neste mês. Uma MP tem de
ser aprovada ou rejeitada em até
45 dias. Após esse prazo, os deputados têm de parar tudo o que estão fazendo para analisar o tema.
Além das MPs, o Congresso tem
a obrigação constitucional de
aprovar a LDO (Lei de Diretrizes
Orçamentárias) até o dia 30. O
mês de junho ficará praticamente
tomado por MPs e LDO. Há ainda
o feriado de Corpus Christi (nesta
quinta-feira) e as festas juninas na
semana que começa no dia 21.
Se houver mesmo a autoconvocação, a idéia é colocar em pauta
seis projetos considerados essenciais. Na Câmara: lei que muda o
sistema das agências reguladoras;
lei que cria incentivos para o setor
imobiliário e que poderá estimular a construção civil; e lei sobre
inovações tecnológicas, que faz
parte da política industrial do governo. No Senado, poderão entrar
em pauta: PPPs (lei das parcerias
público-privadas) e as leis de
biossegurança e de falências.
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