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507 sem-terra são levados a presídio após depoimento
Lula Marques/Folha Imagem
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Militantes passam a noite detidos no ginásio Nilson Nélson |
Polícia autua integrantes do MLST por formação de quadrilha, crime contra o patrimônio público e corrupção de menores
Líderes negam que invasão tenha sido premeditada,
mas militantes dizem que
receberam instruções;
Justiça decide sobre prisões
LETÍCIA SANDER
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Integrantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra) que anteontem invadiram e depredaram a Câmara foram encaminhados ontem ao
Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
A Polícia Judiciária da Câmara autuou 507 pessoas por crime contra o patrimônio público, formação de quadrilha e
corrupção de menores. Entre
esses, três líderes do movimento também foram citados por
tentativa de homicídio devido
aos ferimentos provocados a
seguranças. Quarenta e dois
menores de idade foram encaminhados a dois abrigos.
Ainda ontem, a polícia da Câmara faria a comunicação das
prisões em flagrante a um juiz
federal ou ao Ministério Público Federal. Caberá ao juiz que
receber a comunicação determinar se há elementos que justifiquem que as pessoas permaneçam presas à disposição da
Justiça. O Ministério Público
Federal decidirá se oferece ou
não denúncia contra os citados.
Na madrugada de ontem, na
sede da 2º Delegacia de Polícia
de Brasília, foram tomados os
depoimentos de 11 pessoas consideradas líderes do MLST, entre eles, o petista Bruno Maranhão. Também foi ouvida na 2ª
DP Francielli Denizia Asêncio,
que aparece em filmagens depredando computadores. Nos
depoimentos, a maioria negou
ter havido ação premeditada.
Eles chegaram à 2ª DP por
volta das 19h de terça-feira.
Passaram a noite algemados
nos corredores da delegacia.
Não dormiram nem receberam
comida, diferentemente dos
outros 495 liderados, que foram encaminhados para um ginásio e receberam a mesma comida servida na Papuda. Ontem, foram encaminhados ao
Instituto Médico Legal para
exame de corpo de delito e, depois, levados à cadeia.
Segundo a Polícia Militar,
eles ficarão em uma ala da penitenciária que ainda não foi
inaugurada. Por isso, não terão
contato com os demais presos.
As 495 pessoas que estavam
detidas até ontem no ginásio
Nilson Nelson, onde prestaram
depoimento à Polícia Legislativa da Câmara, foram encaminhadas à Papuda sem passar
pelo IML, para serem melhor
acomodadas e por questões de
segurança, segundo a polícia.
Divididos em grupos formados por homens e mulheres, 30
deles foram atendidos por um
posto médico instalado no local
e três tiveram de passar por
consultas no HRAN (Hospital
Regional da Asa Norte).
"Houve casos de hipertensão, infecção urinária e de gente que esqueceu de tomar medicação para diabetes", afirmou
a médica Walkiria Carvalho.
O coronel Edson Barbosa Silva, do Batalhão de Operações
Especiais da Polícia Militar,
disse que alguns manifestantes
presos foram instruídos a participar da invasão da Câmara
anteontem de manhã. "Alguns
deles dizem que vieram para
Brasília conhecer o presidente
e que chegaram aqui e receberam a informação que iriam fazer aquilo", declarou.
No início da tarde de ontem,
a Polícia Militar localizou os
ônibus usados pelo MLST e recolheu a bagagem dos manifestantes. Depois de revistado, o
material foi entregue a eles.
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