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MST deixa usina
da família de
líder do MLST
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Cerca de 150 lavradores do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foram retirados ontem pela Polícia Militar da usina Estreliana,
em Pernambuco, propriedade
da família do líder do MLST
(Movimento de Libertação dos
Sem Terra) Bruno Maranhão.
A ação foi determinada pela
Justiça, atendendo solicitação
dos proprietários. Os sem-terra
estavam acampados ao lado do
engenho Pereira Grande, que já
foi desapropriado para fins de
reforma agrária e se encontra
em fase de imissão de posse.
A família de Bruno Maranhão e o MST disputam há
anos parte das terras da usina,
localizada em Gameleira (110
km de Recife). Em novembro
de 2005, 300 agricultores atacaram o local e atearam fogo
em plantações de cana-de-açúcar, dois tratores e uma motocicleta.
Um mês depois, o MST voltou com 2.000 pessoas e entrou
em confronto com a polícia,
que usou bombas de efeito moral. Os sem-terra responderam
com pedradas.
O líder do MLST não se envolve no conflito, que inclui
ainda pedidos de falência, reclamações trabalhistas e cobranças de dívidas com a
União. Maranhão abriu mão do
controle das empresas da família, uma das mais tradicionais e
ricas do Estado, para participar
de movimentos revolucionários.
Engenheiro mecânico, ele recusou o convite do pai, quando
jovem, para administrar uma
das empresas do grupo, a destilaria Liberdade. Comunicou à
família seu envolvimento político e assumiu suas ações.
Maranhão participou de movimentos estudantis e foi um
dos fundadores do PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário), organização que
financiava a guerrilha com assaltos a bancos e seqüestros.
Acuado pelo regime militar,
ele viveu na clandestinidade,
no Chile e em Paris. Com a
anistia, retornou ao Brasil e
ajudou a fundar o PT, partido
que dirigiu em Pernambuco
entre 1983 e 1985. Disputou
eleições para o Senado e a Prefeitura de Recife.
Devido ao tumulto promovido pelo MLST na Câmara, anteontem, ele foi afastado ontem
da Executiva Nacional do partido. Maranhão foi um dos líderes da invasão.
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