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Lula evita falar de operação da PF que envolve Vavá
EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
O presidente Lula se recusou
ontem em Berlim, na Alemanha, a falar sobre os resultados
da Operação Xeque-Mate.
Em entrevista coletiva realizada no imponente Hotel
Adlon, a um quarteirão do histórico portão de Brandenburgo, Lula disse que só falará do
assunto quando voltar ao país.
"Eu hoje e amanhã quero falar exatamente do G5 e do G8.
Na segunda-feira, vocês podem
me perguntar o que quiserem
da política interna que eu responderei de peito aberto e de
coração muito aberto", disse
Lula, quando questionado se
comentaria algo sobre as notícias que ligam seu irmão Genival Inácio da Silva ao empresário Nilton Cézar Servo, apontado pela PF como um dos líderes
da máfia dos caça-níqueis.
Durante a coletiva, Lula respondeu a apenas cinco perguntas. Entrou sorridente e fez
questão de brincar com os jornalistas para demostrar bom
humor. Falou sobre a greve na
imprensa nos anos 1970, quando ele era presidente do sindicato dos metalúrgicos.
No momento da pergunta sobre política interna, Celso
Amorim, ministro das Relações
Exteriores, e Franklin Martins,
ministro da Comunicação Social, que acompanhavam Lula,
balançaram a cabeça, sinalizando desaprovação ao tema.
O dia do presidente começou
cedo, às 5h30. Pela primeira
vez desde que chegou a Berlim,
na noite de terça-feira, Lula
deixou a Embaixada do Brasil.
Ele fez uma caminhada na praça ao lado e, antes de voltar,
sentou em um banco para que
fosse medida a sua pressão arterial, que estava 10 por 6.
Pela tarde, participou na embaixada de encontros com o
presidente da Nigéria, Umaru
Yar'Adua, e com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban
Ki-Moon. Lula conversou ainda com os presidentes Abdelaziz Bouteflika, da Argélia, e Felipe Calderón, do México.
A principal reunião do dia
ocorreu com os chefes de Estado e de governo dos cinco países convidados pelo G8 (Brasil,
México, África do Sul, China e
Índia) para participar do encontro que termina hoje no litoral da Alemanha.
Em pauta, assuntos como
mudanças do clima, pobreza e
acordos comerciais e a continuidade da Rodada de Doha. O
encontro serviu ainda para que
os países discutissem formas
de ficarem mais organizados
daqui para frente e, portanto,
serem mais ouvidos pelo G8.
Hoje, quando esses governantes chegarem ao encontro,
o documento final da reunião já
estará pronto. Lula defendeu
que isso precisa mudar. "Estou
convencido de que precisamos
começar a exigir uma participação mais efetiva, participando
da elaboração dos documentos
para que neles saiam aquilo que
a gente pensa também."
Ele criticou ainda as medidas
propostas ontem na reunião do
G8 envolvendo mudanças climáticas. "Achar que o voluntarismo de cada país, sem metas e
sem obrigações, vai resolver o
problema, não vai", afirmou.
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