São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lula evita falar de operação da PF que envolve Vavá

EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

O presidente Lula se recusou ontem em Berlim, na Alemanha, a falar sobre os resultados da Operação Xeque-Mate.
Em entrevista coletiva realizada no imponente Hotel Adlon, a um quarteirão do histórico portão de Brandenburgo, Lula disse que só falará do assunto quando voltar ao país.
"Eu hoje e amanhã quero falar exatamente do G5 e do G8. Na segunda-feira, vocês podem me perguntar o que quiserem da política interna que eu responderei de peito aberto e de coração muito aberto", disse Lula, quando questionado se comentaria algo sobre as notícias que ligam seu irmão Genival Inácio da Silva ao empresário Nilton Cézar Servo, apontado pela PF como um dos líderes da máfia dos caça-níqueis.
Durante a coletiva, Lula respondeu a apenas cinco perguntas. Entrou sorridente e fez questão de brincar com os jornalistas para demostrar bom humor. Falou sobre a greve na imprensa nos anos 1970, quando ele era presidente do sindicato dos metalúrgicos.
No momento da pergunta sobre política interna, Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, e Franklin Martins, ministro da Comunicação Social, que acompanhavam Lula, balançaram a cabeça, sinalizando desaprovação ao tema.
O dia do presidente começou cedo, às 5h30. Pela primeira vez desde que chegou a Berlim, na noite de terça-feira, Lula deixou a Embaixada do Brasil. Ele fez uma caminhada na praça ao lado e, antes de voltar, sentou em um banco para que fosse medida a sua pressão arterial, que estava 10 por 6.
Pela tarde, participou na embaixada de encontros com o presidente da Nigéria, Umaru Yar'Adua, e com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon. Lula conversou ainda com os presidentes Abdelaziz Bouteflika, da Argélia, e Felipe Calderón, do México.
A principal reunião do dia ocorreu com os chefes de Estado e de governo dos cinco países convidados pelo G8 (Brasil, México, África do Sul, China e Índia) para participar do encontro que termina hoje no litoral da Alemanha.
Em pauta, assuntos como mudanças do clima, pobreza e acordos comerciais e a continuidade da Rodada de Doha. O encontro serviu ainda para que os países discutissem formas de ficarem mais organizados daqui para frente e, portanto, serem mais ouvidos pelo G8.
Hoje, quando esses governantes chegarem ao encontro, o documento final da reunião já estará pronto. Lula defendeu que isso precisa mudar. "Estou convencido de que precisamos começar a exigir uma participação mais efetiva, participando da elaboração dos documentos para que neles saiam aquilo que a gente pensa também."
Ele criticou ainda as medidas propostas ontem na reunião do G8 envolvendo mudanças climáticas. "Achar que o voluntarismo de cada país, sem metas e sem obrigações, vai resolver o problema, não vai", afirmou.


Texto Anterior: "Corrupção é como petróleo", diz presidente
Próximo Texto: Lula vai propor nova cúpula ambiental
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.