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CAMPANHA NAS RUAS
Em comício em Sobral (CE), candidato do PPS critica o PSDB no governo federal e volta a desafiar o mercado
Ciro ataca Serra e faz campanha para Tasso
PATRICIA ZORZAN
ENVIADA ESPECIAL A SOBRAL (CE)
Tecnicamente empatado com o
tucano José Serra em segundo lugar nas pesquisas, o candidato do
PPS à Presidência, Ciro Gomes,
escolheu o PSDB como alvo anteontem à noite em seu primeiro
comício, em Sobral (CE). Apesar
disso, pediu votos para seu padrinho político, Tasso Jereissati, candidato tucano ao Senado.
"Nosso outro senador é esse
grande cearense, que todo o Brasil
respeita, e por quem peço, mais
uma vez, até sem necessidade,
porque ele merece o voto de todos: Tasso Jereissati." PPS e PSDB
são aliados informais no Estado.
Ciro apóia o senador tucano Lúcio Alcântara para o governo.
Diante de público estimado em
20 mil pessoas pela PM, Ciro voltou a atacar os "especuladores internacionais" e as "nações e potências" estrangeiras, dizendo
que não admitirá intromissões
em seu eventual governo.
"Não vai acontecer mais de, no
dia seguinte de eu tomar posse, se
for a vontade de Deus e do povo
livre do Brasil, que as nações e as
potencias estrangeiras venham
aqui dizer quanto devemos gastar
com a educação das nossas crianças, quanto vamos gastar com a
saúde do nosso povo. Muito menos serão os agiotas internacionais que virão dizer qual a taxa de
juros ou qual a forma de o Brasil
praticar o controle da inflação."
Recado ao mercado
Ciro disse não temer que o discurso inflamado cause instabilidade do mercado. "Quero ser presidente do Brasil, a 15ª economia
industrial do mundo, a maior nação em desenvolvimento do planeta no Ocidente. Respeito muito
o mercado, já fui ministro da Fazenda, governador, prefeito. Não
há uma incoerência minha nem a
prática de nenhuma imprudência. Agora, o mercado vai ter de
respeitar o povo brasileiro."
Sem citar nomes, o candidato
do PPS criticou também o ex-ministro da Saúde pela volta do que
chamou de "epidemias medievais" provocadas pela "falta de
compromisso com a saúde pública preventiva". Sobraram ainda
ataques ao presidente FHC.
"Acreditei que o governo Fernando Henrique Cardoso, o primeiro, fosse ser a grande mudança de que o Brasil precisava. Acreditei profundamente que era verdade a promessa de melhorar o
emprego, a segurança, a agricultura, a saúde e a educação", disse,
referindo-se às promessas de
campanha de FHC em 94. "Mas
todas essas coisas pioraram",
completou o presidenciável.
Serra foi a vítima escolhida pelo
vice de Ciro, Paulo Pereira da Silva. "Aqui não é o comício do candidato do desemprego, do candidato que demitiu no Brasil inteiro", emendou Paulinho.
Ontem, em Franco da Rocha
(região metropolitana de São
Paulo), Paulinho escolheu outro
alvo: o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse que o
candidato "afinou" frente aos
banqueiros, em referência à Carta
ao Povo Brasileiro, na qual Lula
expõe seu plano econômico.
Com um discurso de tom emocional, Ciro fez inúmeras referências ao fato de ter sido criado em
Sobral, cidade hoje administrada
por seu irmão, Cid Gomes.
"Vou começar minha campanha entre os que conhecem os
meus defeitos e sabem que, entre
eles, não estão a corrupção, a mania de prometer o que não vai fazer, a incompetência e o radicalismo", declarou. "Sob o penhor da
minha honra, garanto que o Brasil
vai mudar a partir do primeiro
dia, se a mim tocar a honra de ser
presidente", completou. ao lado
da namorada, a atriz Patrícia Pillar, dos filhos e da mãe.
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