|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"JN" entrevista candidatos ao vivo
RENATA LO PRETE
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de hoje, os presidenciáveis usufruem de sua principal
oportunidade de TV antes do início do horário gratuito, em 20 de
agosto. Começa com Ciro Gomes
(PPS) a rodada de entrevistas dos
postulantes ao Planalto no "Jornal
Nacional", carro-chefe da programação jornalística da Rede Globo.
Amanhã será a vez de Anthony
Garotinho (PSB). Na quarta, de
José Serra (PSDB). Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) irá na quinta. A
ordem foi definida por sorteio.
Serão sabatinados por William
Bonner e Fátima Bernardes. Nos
dez minutos destinados a cada
um, os candidatos atingirão audiência estimada em 2,1 milhões
de domicílios apenas na Grande
São Paulo. De acordo com a emissora, em todo o país cerca de 30
milhões de pessoas estão sintonizadas no telejornal a cada minuto.
Embora reconheçam a importância de tamanha visibilidade, as
equipes dos presidenciáveis evitam dar a idéia de que eles serão
"treinados" antes de ir ao ar.
Assessores afirmam que seus
candidatos manterão a agenda,
no máximo tirando para repousar
a tarde anterior às entrevistas.
"Não haverá preparação", diz
Einhart Jacome da Paz, publicitário da campanha de Ciro. "Apenas um pouco de descanso, porque estar na televisão é como visitar o eleitor em casa. Você não vai
à casa dos outros amassado."
Para Carlos Rayel, coordenador
de comunicação de Garotinho,
importa que as entrevistas terão
todas a mesma duração. "O horário gratuito, além de ainda distante, será muito desigual."
Nelson Biondi, publicitário de
Serra, acredita que a exibição em
dias seguidos dará ao eleitor a
chance de comparar o desempenho dos candidatos na TV.
Também do lado de Lula não se
anuncia preparação especial. Segundo sua assessoria, ele deverá
apenas elencar, em conversa com
o publicitário Duda Mendonça,
possíveis temas de perguntas.
A série de entrevistas no "Jornal
Nacional" inaugura um pacote de
cobertura com o qual a Globo espera se distanciar das acusações
de favorecimento que atingiram a
emissora em eleições passadas.
Ainda no primeiro turno, os
presidenciáveis irão ao "Jornal da
Globo" e ao "Bom Dia Brasil",
além de voltar ao "JN" e participar
de um debate em 3 de outubro.
As regras dos eventos foram negociadas com as equipes dos candidatos de modo a evitar percepções de tratamento diferenciado.
Para Carlos Henrique Schroder,
diretor da Central Globo de Jornalismo, isso não significa que as
entrevistas serão iguais. "Serão
perguntas diferentes para cada
candidato, levando em conta as
características de cada um e seus
programas de governo."
Pelas regras acordadas, nenhum trecho poderá ser usado no
horário gratuito. "E, se algum
candidato atacar um adversário,
este terá tempo, no dia seguinte,
para se defender", diz Schroder.
Cogitou-se gravar as entrevistas
pouco antes do telejornal, exibindo-as na íntegra e sem edição.
Mas, na noite de sexta-feira, a direção da CGJ afirmou à Folha que
os encontros serão ao vivo.
A experiência será inédita tanto
para os candidatos quanto no histórico do telejornal em eleições.
Antes dos presidenciáveis, apenas
o jogador Ronaldo esteve ao vivo
na bancada do "JN", às vésperas
de partir para o Mundial.
Colaborou PLÍNIO FRAGA,
da Reportagem Local
Texto Anterior: Em carta a Lula, EJ cobra autocrítica; petistas admitem possível "exagero" Próximo Texto: Panorâmica - Imprensa: ANJ debate o direito de acesso a informações Índice
|