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Em carta a Lula, EJ cobra autocrítica;
petistas admitem possível "exagero"
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira enviou uma carta aberta ao
presidenciável petista, Luiz Inácio
Lula da Silva, em que cobra dele
uma "crítica que pode valer de lição" à atuação de promotores e
representantes de seu próprio
partido nas acusações contra integrantes do atual governo federal.
Em referência à denúncia formulada por promotores de Santo
André contra integrantes da prefeitura petista da cidade, Eduardo
Jorge parabeniza Lula pelo "reconhecimento dos abusos que vêm
sendo praticados por membros
inescrupulosos do Ministério Público e da imprensa".
O ex-secretário-geral da Presidência pede, no entanto, que Lula
"não se limite a fazer o diagnóstico do problema".
Em seguida, acusa o PT de "denuncismo leviano". "Não seria difícil listar, apenas nos últimos oito
anos, dezenas de casos em que a
conduta de seu partido -quando
não a sua- usou, abusou, estimulou e se beneficiou deste tipo
de denuncismo leviano, com o
claro objetivo de criar desgaste
para o governo", diz a carta.
Eduardo Jorge cita o caso Sivam
[acusação de suposto tráfico de
influência na instalação do Sistema de Vigilância da Amazônia],
em que, "baseado em informação
obtida através de escutas do mesmo tipo de procedimento que
agora ataca, o PT, alguns anos
atrás, abriu CPI". Fala também
em uma cartilha recém-lançada
pelo PT intitulada "45 escândalos" da era FHC.
Possível exagero
O líder do PT na Câmara, João
Paulo Cunha (SP), avalia que
houve um possível "exagero" por
parte de membros do partido em
relação a acusações contra EJ.
"Pode ter havido algum exagero
que potencializou indícios que
depois não se configuraram em
denúncias", disse o deputado.
Segundo o líder petista, o ex-secretário-geral da Presidência está
tentando enfraquecer as acusações de irregularidades envolvendo o presidente Fernando Henrique Cardoso. "Ao usar a bandeira
contra o denuncismo, ele tenta livrar FHC de todas as acusações."
O senador Eduardo Suplicy
considera justo que seja feito "um
reparo" a Eduardo Jorge por parte
do partido no caso de ter havido
denúncias não comprovadas. Para ele, porém, nem tudo foi esclarecido no caso.
O deputado federal Walter Pinheiro (BA) disse que "a diferença básica é que somos sempre pela
investigação de acusações".
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