São Paulo, sábado, 08 de julho de 2006

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PAINEL

Vera Magalhães (interina) @ - painel@uol.com.br

O México é aqui

Felipe Calderón, o candidato conservador que venceu as eleições mexicanas após começar a campanha em franca desvantagem, virou referência na campanha de Geraldo Alckmin. O conselho político convidou o prefeito Cesar Maia para fazer uma explanação sobre as semelhanças entre a campanha de Calderón e o quadro brasileiro na reunião da próxima semana.
O cientista político Nelson Carvalho, que trabalha com Maia, acompanhou "in loco" a sucessão mexicana e elaborou uma análise que será levada ao comando alckmista. Para os pefelistas, além do fato de Calderón ter virado a eleição sobre López Obrador, o candidato derrotado teria pontos em seu discurso muito parecidos com o do presidente Lula.

Devagar. Sofrerá atraso a divulgação do programa de governo de Lula, antes prevista para o dia 15. O coordenador do projeto, Marco Aurélio Garcia, não compareceu à última reunião e desfalcou a comitiva do presidente à Venezuela por motivo de saúde.

Pré-datado. Preocupa a cúpula petista a freqüência com que Lula promete a aliados participação num eventual novo mandato, ainda no início da campanha. "O presidente é o maior incentivador do salto alto no PT", diz um deles.

Resistência. Michel Temer e Eliseu Padilha se encontram com Geraldo Alckmin tão logo o tucano volte da Europa. Os dois comandarão a tentativa de aglutinar em torno do tucano a ala do PMDB que não se juntou a Lula.

Baixas. Oposicionistas do PMDB comemoram rompimentos de última hora do partido com o PT em Rondônia, no Acre e em Goiás, além do flerte de Roberto Requião com o PSDB. Avaliam que Lula perdeu esses palanques.

Caixa. A pedido de Geraldo Alckmin, o vereador José Aníbal se reúne na segunda com Miguel Reale Jr. para acertar sua participação na arrecadação de recursos para a campanha presidencial tucana.

Replay. Os tucanos se decepcionaram com o quórum de prefeitos no evento de lançamento das candidaturas de Alckmin e José Serra anteontem, no Clube Pinheiros de São Paulo. Vão repetir o evento no meio da campanha.

Duelo. O PSDB do Distrito Federal corria ontem para mobilizar sua claque. Quer que o ato pró-Alckmin de hoje na cidade-satélite de Taguatinga seja maior que o do PFL, que reuniu 30 mil há 20 dias.

Vide bula. Nilton Monteiro, o responsável por divulgar a chamada "lista de Furnas", faltou ontem a uma audiência da queixa-crime movida contra ele pelo pefelista José Carlos Aleluia (BA). Seu advogado disse que ele está tomando remédio "tarja preta".

Seletiva. A CPI dos Sanguessugas não vai investigar as denúncias de fraudes nos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia. "O pior é perder o foco", diz Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Fachada. A CPI vai enviar a lista de parlamentares para que sejam processados pelo Conselho de Ética antes do relatório final. Com a agenda mínima do Congresso, a relação cairá no vazio.

Easy Rider. Atrasado para evento que teria em Aparecida, há cerca de 20 dias, Eduardo Suplicy (PT-SP) subiu na Harley-Davidson do filho Supla e pegou a estrada. No meio do caminho, se arrependeu da ousadia e chamou um táxi.

Febeapá. O deputado tucano Luiz Carlos Hauly (PR) apresentou projeto proibindo a convocação para a seleção brasileira de jogadores que atuem fora do país.

Mundo da Lua. Animado com o envio de Marcos Pontes ao espaço, o governo abriu crédito adicional de R$ 19 milhões no Orçamento para formação de novos astronautas.

Tiroteio

Alckmin está esquentando. Primeiro se comparou a Juscelino, com quem não tem nada a ver. Agora, ao Jânio, com quem tem afinidades ideológicas. Já, já vai se comparar ao Collor.


Do deputado CARLITO MERSS (PT-SC) sobre o presidenciável do PSDB, que adotou discurso no qual promete "varrer a corrupção", o mesmo usado pelo ex-presidente Jânio Quadros em suas campanhas.

Contraponto

Sustentando a tese

Deputados pefelistas conversavam sobre as eleições quando o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), comparou Lula ao democrata Adlai Stevenson, que perdeu duas eleições para presidente nos EUA.
-Mas no Brasil, Lula perdeu três vezes e ganhou a quarta- rebateu o vice-líder Fernando Fabinho (BA).
Aleluia lembrou que, ao aceitar a indicação democrata para enfrentar o republicano Dwight Eisenhower, um herói de guerra, em 1952, Stevenson lançou a célebre frase: "Melhor perder a eleição do que ludibriar o povo". E arriscou:
-Tá aí: Lula é a inversão tupiniquim do Stevenson.


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