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"Nacional burlou controles"
da Reportagem Local
"Se não houvesse a intenção do
Nacional de burlar os controles regulares, fatalmente a KPMG teria
levantado o problema", afirmou
o auditor Marco Aurélio Diniz
Maciel, da KPMG, ao depor na fase de inquérito policial.
Ele disse que não foi possível
identificar as fraudes em tempo
oportuno porque "o Nacional
criou um sofisticado sistema voltado para ludibriar auditores, o
Banco Central e a CVM (Comissão
de Valores Mobiliários)".
Maciel disse que viu "com surpresa" o resultado da comissão de
inquérito do Banco Central, apontando a existência de fraudes.
"As auditorias externas foram
feitas pela KPMG segundo normas
e procedimentos usuais da profissão de auditor", disse Maciel.
Segundo ele, "as auditorias não
têm por objetivo a detecção de
fraude, embora indiretamente esse objetivo persista através de alguns procedimentos".
Ainda segundo os autos, ele
"não se recorda de que tenha tomado conhecimento de que, de
1987 a 1992, a fiscalização do BC
detectara diversos problemas operacionais do Nacional, incluindo
falta de qualidade da carteira de
crédito, situação financeira desconfortável, baixos resultados
operacionais e grande deficiência
dos controles internos".
Relação profissional
Em seus depoimentos, Antônio
Luiz Feijó Nicolau, ex-funcionário
da KPMG, negou que tivesse conhecimento das chamadas contas
de "natureza 917".
Disse que o relacionamento da
auditoria externa com a administração do banco era "extremamente profissional".
Ele negou influência de ex-funcionários da KPMG na escolha dos
auditores externos.
Feijó disse que "não é auditor
desde 1986", e que "desconhece a
metodologia" da KPMG.
Alceu Landi, presidente da
KPMG, disse, em seu depoimento,
que é praxe de empresas auditadas, na eventualidade de necessitar de profissionais qualificados
nas áreas de contabilidade, procurar funcionários de firmas de auditoria, a exemplo da KPMG.
"Embora essa seja uma prática
no mercado, em princípio não há
por que se preocupar com essas
movimentações de profissionais,
até porque a hipótese de que tais
movimentações tenham algum
propósito de fraude jamais foi
aventada pela KPMG", disse.
(FV)
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