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Ex-prefeito tem seu maior índice entre autônomos
DA REDAÇÃO
Os trabalhadores autônomos
-entre os quais se incluem os taxistas e os motoboys- ainda
constituem as principais bases
eleitorais de Paulo Maluf (PP).
Pesquisa Datafolha de 24 e 25 de
junho mostra que ele obtém seus
maiores índices nesse estrato.
Maluf teve 24% das intenções.
Segundo a ocupação dos eleitores,
ele tinha suas maiores taxas precisamente entre os trabalhadores
autônomos regulares (32%) e
não-regulares (31%). A seguir, as
donas-de-casa e os aposentados
(ambos com 30%), os assalariados sem registro e os estudantes
(ambos com 24%). Abaixo da média, os assalariados registrados
(21%), os desempregados (15%) e
os funcionários públicos (10%).
Mas se os autônomos ainda são
sua principal base eleitoral, é visível que Maluf enfrenta agora concorrência nesse segmento, sobretudo do PSDB: José Serra tinha
33% entre os autônomos regulares e 25% entre os não-regulares.
O apoio a Maluf entre os taxistas
já foi mais visível. Na gestão Pitta
(1997-2000), a popularidade de
Maluf caiu drasticamente, e seu
apoio entre os autônomos também. Na campanha ao governo
em 1998, o presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo, Natalício Bezerra, pediu apoio justamente ao candidato do PSDB, o
então governador Mário Covas.
O que explica o apoio dos autônomos a Maluf? Todas suas medidas que beneficiaram os taxistas,
porém, não justificam a identificação da categoria com ele, já que
outros políticos também agiram
nesse sentido. Os decretos dele
apenas reforçaram, segundo estudos, uma disposição já latente entre os trabalhadores autônomos,
de apoiar líderes personalistas.
Os taxistas não são uma categoria social organizada. Como agem
de forma isolada, são essencialmente individualistas. Por isso,
tendem a apoiar os líderes que encarnam um Estado distribuidor
de benefícios materiais. Daí, o êxito eleitoral de políticos como o
governador Adhemar de Barros
(1901-1969) e Maluf, que concediam favores a uma massa incapaz de reivindicar seus direitos.
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