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TELECOMUNICAÇÕES
Agência contesta números da Norte Leste, que trabalha com instalação de 700 mil aparelhos a menos
Anatel insiste em meta maior de telefones
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
O presidente da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações),
Renato Guerreiro, reafirmou ontem que as empresas de telefonia
fixa têm a obrigação de cumprir as
metas de expansão previstas nos
contratos de concessão.
Guerreiro disse que a Tele Norte
Leste e as outras empresas de telefonia fixa do país terão de cumprir
os contratos que foram anexados
às operadoras do Sistema Telebrás
(privatizadas no final de julho).
"O contrato de concessão é um
direito do cidadão perante a empresa. Por isso, ele terá de ser
cumprido. A Anatel apenas exercerá o papel de controlador da
realização desse contrato."
A Telemar, que reúne 16 operadoras estaduais, está protagonizando a primeira polêmica em
torno do cumprimento das metas.
De acordo com as metas da Anatel, divulgadas anteontem, a Telemar deverá instalar 2,361 milhões
de novos terminais fixos (residenciais e não-residenciais) até o final
de 99 -uma expansão de 30% em
relação ao calculo da Anatel.
Pelos contratos de concessão das
16 "teles" que compõem a Telemar, deverão ser instalados 2,277
milhões de novos terminais no
mesmo período -uma diferença
de 84 mil aparelhos.
A Telemar reagiu às metas intermediárias divulgadas pela Anatel
dizendo que não irá executá-las.
Segundo o consórcio que comprou a holding, a meta de expansão incluída nas "data rooms" da
Telebrás prevê a instalação de apenas 1,7 milhão de novos terminais.
Esse número representa quase
700 mil aparelhos a menos que as
metas intermediárias da Anatel,
que foram negociadas entre a
agência e as operadoras estaduais.
"Algumas empresas da Tele
Norte Leste acharam que as metas
propostas pela Anatel poderiam
ser ultrapassadas. Por isso, colocaram alguns números do contrato de concessão. Elas não poderão
ser cobradas por essa proposição,
mas não poderão se afastar um
terminal para baixo em relação ao
contrato", disse. "O que levará a
Anatel a punir a empresa é o descumprimento desse contrato."
Por trás da briga da Telemar
com a Anatel está um desencontro
em relação aos números de expansão. A empresa disse que possui
atualmente 8,8 milhões de terminais fixos e que deverá ter 10,5 milhões até o final do ano que vem.
Pelos números da Anatel, a Telemar possuía 8,008 milhões de telefones fixos no final de julho e deverá chegar a 10,286 milhões (pelos contratos de concessão) ou
10,369 milhões (intermediárias).
O número de 10,5 milhões de
terminais só aparece quando são
consideradas as metas de expansão da CTBC, que atua em Minas
Gerais, mas não é da Telemar.
A Anatel vai negar o reajuste de
tarifas solicitado pelas empresas
de telefonia celular BCP (Grande
São Paulo), BSE (Nordeste) e
Americel (Centro-Oeste). Todas
operam a banda B de celular.
"Esqueçam. As empresas têm o
direito de pedir, e a Anatel vai passar alguns meses analisando esses
pedidos", disse Guerreiro.
Para ele, "os preços são compatíveis com a competição, e as empresas não estão demonstrando
situação de desequilíbrio".
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