|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Candidatura
na Paraíba
é mantida
em João Pessoa
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) da Paraíba extinguiu ontem,
por unanimidade, dois processos
que pediam a impugnação do registro da candidatura do governador José Maranhão à reeleição.
Maranhão preparou o que considerou uma superdefesa. Contratou três escritórios de advocacia na
Paraíba e um em Brasília. Cerca de
12 advogados trabalharam na sua
defesa, entre eles, o ex-ministro do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
Torquato Jardim.
O procurador regional eleitoral,
Luciano Mariz Maia, afirmou que
vai recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da decisão do
TRE paraibano.
Maranhão é acusado pelo Ministério Público Eleitoral de abuso do
poder econômico, de autoridade e
de gastar R$ 4 milhões em campanhas publicitárias favoráveis à sua
candidatura ao governo estadual.
Também é acusado de nomear
convencionais do PMDB em troca
dos votos na convenção que o escolheu candidato do partido.
Outras acusações que pesam sobre o governador são a liberação
de R$ 17 milhões em convênios para prefeituras peemedebistas em
troca de votos de convencionais e
confinamento de 130 convencionais peemedebistas em um hotel
de Natal (RN) no dia 13 de junho,
véspera da convenção do partido.
O advogado Harison Targino,
contratado por Arthur Cunha Lima (autor de um dos processos
contra Maranhão), disse que a Paraíba "presenciou o mais despudorado processo de abuso do poder já praticado por um governante". Arthur Cunha Lima é primo
do senador Ronaldo Cunha Lima,
que disputou a candidatura ao governo e foi derrotado por Maranhão na convenção do PMDB.
Na defesa, os advogados de Maranhão negaram todas as acusações. Torquato Jardim disse que
existe no país uma nova realidade
normativa. "A reeleição é um fato
novo, que faz repensar a doutrina
anterior, que se tornou obsoleta."
Jardim afirmou ainda que a ação
contra Maranhão "não passou de
um reagrupamento de representações já arquivadas pelo TRE".
Já o advogado Roosevelt Vita negou que Maranhão tenha patrocinado uma orgia publicitária de R$
4 milhões. Segundo ele, "se houve
orgia publicitária, ela aconteceu
em governos anteriores".
Quanto à acusação de confinamento, Vita afirmou que "nenhum convencional prestou queixa à polícia e todos pagaram, do
próprio bolso, R$ 66 referentes à
diária do hotel".
O pedido de extinção do processo foi feito pelo relator, Manoel
Monteiro. Seu voto foi seguido pelos demais integrantes do TRE.
A votação ocorreu em clima de
segurança máxima, com policiais
militares cercando o prédio do tribunal.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|