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São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2003

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Alckmin e Marta são vaiados em SP

LILIAN CHRISTOFOLETTI
SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e a prefeita Marta Suplicy (PT) foram vaiados ontem durante o tradicional desfile de 7 de Setembro. A manifestação, organizada pelo sindicato dos funcionários da Febem, começou logo no início do evento, por volta das 9h30.
Assim que os alto-falantes anunciaram a presença do governador no Sambódromo do Anhembi, cerca de 60 funcionários da instituição vaiaram durante aproximadamente 50 segundos. O coro aumentou com o anúncio de Marta Suplicy.
Localizados estrategicamente na arquibancada em frente ao palanque das autoridades, o grupo conseguiu se destacar em meio a um público de 28 mil pessoas -segundo estimativa da Polícia Militar. Os grevistas, vestindo camisetas pretas com a frase "Febem, o inferno de Alckmin", gritavam palavras de protesto, como "assassino" e "A Febem parou. Ninguém acreditou".
O presidente da Febem, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, e o secretário estadual Gabriel Chalita (Educação), cuja pasta é a responsável pela instituição, também foram hostilizados.
Parte dos funcionários da Febem está em greve há 13 dias, revoltada com a morte do agente Rogério Rosa, 32, durante rebelião na unidade de Franco da Rocha, no dia 13 de agosto.
Ao final do ato, o governador afirmou que achava "normal" o protesto. "É uma manifestação promovida pelo presidente do sindicato com os demitidos. Nós demitimos, na sexta-feira, 46 funcionários da Febem. E temos o dever de fazê-lo. Quem não está de acordo com o trabalho de recuperação e de educação dos adolescentes em conflito com a lei precisa ser demitido", disse Alckmin.
Os organizadores negam. "Não protestamos contra as demissões. Defendemos a greve por melhores condições de trabalho e queremos conversar com o governador", disse Darlene Casarini, uma das coordenadoras do protesto.
O desfile teve a participação de 1.800 soldados do Exército, 400 da Aeronáutica e 150 da Marinha. Cerca de 3.500 alunos de escolas das redes municipal e estadual também participaram.
O início da cerimônia foi marcada por um incidente. Às 8h, hora do hasteamento das bandeiras, os oficiais notaram que a bandeira de São Paulo estava invertida. A correção demorou dez minutos.

Rio
No Rio de Janeiro, a governadora Rosinha Matheus também foi vaiada no final do desfile do 7 de Setembro, ao ter seu nome anunciado pelo alto-falante. Ela não deu declarações à imprensa.


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