São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2004

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VERDE-AMARELO

Comemoração do 7 de Setembro em Brasília é vista por 60 mil

Após convocação do governo, desfile reúne público recorde

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A comemoração do 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, reuniu ontem um público recorde estimado em 60 mil pessoas, depois de um esforço do governo Lula para estimular o sentimento nacionalista da festa e vincular a data a um momento de "muita auto-estima" do país.
Segundo a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, responsável pela estimativa de público, a presença neste ano supera em pelo menos 10 mil pessoas as comemorações do ano passado em Brasília, quando 50 mil pessoas acompanharam a solenidade.
Além do tradicional desfile militar e civil, o Palácio do Planalto se esforçou em trazer atrações, como a presença do maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, medalha de bronze na Olimpíada de Atenas, que abriu o desfile carregando uma bandeira do Brasil.
"O Vanderlei sempre nos emociona, pois representa o esforço de todos nós para melhorar o Brasil", disse o ministro José Dirceu (Casa Civil), ao falar sobre seu momento preferido no desfile.
O único protesto registrado no evento foi o de um grupo de mulheres de militares que pediam aumento dos soldos dos maridos.
Participaram do desfile cerca de 5.500 militares. O número de civis cresceu de 300, no ano passado, para 2.000. Em 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia anunciado que queria desmilitarizar o desfile do Dia da Independência, equilibrando a presença das Forças Armadas e de civis.
Para conseguir um dos 15 mil lugares nas arquibancadas, houve quem chegou às 3h ao local do evento. Às 8h, pouco antes do início, não havia mais lugares disponíveis. As demais pessoas se espalharam pelo gramado da Esplanada dos Ministérios. Algumas, para acompanhar o desfile, improvisaram subindo em árvores, paradas de ônibus ou empilhando caixas.
Mesmo assim, grande parte do público nem sequer conseguiu acompanhar a chegada do presidente e da primeira-dama, às 9h. Lula e Marisa embarcaram em um carro aberto, o Rolls Royce presidencial, atrás da Praça dos Três Poderes, e percorreram o trajeto de menos de um quilômetro até o palanque presidencial. A previsão inicial era que o presidente desfilasse em carro aberto por toda a extensão da Esplanada, avenida que reúne os ministérios.
Parte do público ficou frustrado com a decisão de Lula de não desfilar. "Foi uma traição, e logo do Lula, que é um presidente popular. Não atender a um pedido do povo é um erro que acontece há 500 anos", disse o porteiro Damião Alves de Azevedo, que foi à Esplanada na esperança de ver o presidente. Apesar da reclamação do porteiro, Lula foi aplaudido pelas pessoas que estavam próximas ao palanque presidencial.
A solenidade começou às 9h15, com uma demonstração de pára-quedistas militares, desfile de ex-combatentes e veteranos da Força Expedicionária Brasileira, bandas marciais, integrantes dos três comandos das Forças Armadas, estudantes das escolas do Distrito Federal e atletas paraolímpicos.
Pela primeira vez, o avião presidencial, o chamado "Sucatão", cruzou a Esplanada escoltado por dois jatos. O desfile terminou às 11h37. Logo em seguida, começou a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, encerrada às 12h10, estourando o horário programado.

Ocorrências
Com a seca e as altas temperaturas dos últimos dias, a organização do desfile montou um esquema de atendimento emergencial com 12 ambulâncias e sete postos de saúde, onde foram atendidas as pessoas que passaram mal.
Às 12h, a temperatura era de 31ºC, e a umidade do ar estava em 23%. Foram montadas tendas para a distribuição de água. Como o gramado estava seco, típico nessa época do ano em Brasília, a explosão de um sinalizador acabou provocando um pequeno incêndio, que foi logo controlado pelos militares. Ninguém saiu ferido.
(ANA FLOR, LUIS RENATO STRAUSS, LEILA SUWWAN e ANDRÉ SOLIANI)

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