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VERDE-AMARELO
Comemoração do 7 de Setembro em Brasília é vista por 60 mil
Após convocação do governo,
desfile reúne público recorde
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A comemoração do 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios,
em Brasília, reuniu ontem um público recorde estimado em 60 mil
pessoas, depois de um esforço do
governo Lula para estimular o
sentimento nacionalista da festa e
vincular a data a um momento de
"muita auto-estima" do país.
Segundo a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, responsável pela estimativa de público, a
presença neste ano supera em pelo menos 10 mil pessoas as comemorações do ano passado em
Brasília, quando 50 mil pessoas
acompanharam a solenidade.
Além do tradicional desfile militar e civil, o Palácio do Planalto se
esforçou em trazer atrações, como a presença do maratonista
Vanderlei Cordeiro de Lima, medalha de bronze na Olimpíada de
Atenas, que abriu o desfile carregando uma bandeira do Brasil.
"O Vanderlei sempre nos emociona, pois representa o esforço
de todos nós para melhorar o Brasil", disse o ministro José Dirceu
(Casa Civil), ao falar sobre seu
momento preferido no desfile.
O único protesto registrado no
evento foi o de um grupo de mulheres de militares que pediam
aumento dos soldos dos maridos.
Participaram do desfile cerca de
5.500 militares. O número de civis
cresceu de 300, no ano passado,
para 2.000. Em 2003, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva havia
anunciado que queria desmilitarizar o desfile do Dia da Independência, equilibrando a presença
das Forças Armadas e de civis.
Para conseguir um dos 15 mil
lugares nas arquibancadas, houve
quem chegou às 3h ao local do
evento. Às 8h, pouco antes do início, não havia mais lugares disponíveis. As demais pessoas se espalharam pelo gramado da Esplanada dos Ministérios. Algumas, para
acompanhar o desfile, improvisaram subindo em árvores, paradas
de ônibus ou empilhando caixas.
Mesmo assim, grande parte do
público nem sequer conseguiu
acompanhar a chegada do presidente e da primeira-dama, às 9h.
Lula e Marisa embarcaram em
um carro aberto, o Rolls Royce
presidencial, atrás da Praça dos
Três Poderes, e percorreram o
trajeto de menos de um quilômetro até o palanque presidencial. A
previsão inicial era que o presidente desfilasse em carro aberto
por toda a extensão da Esplanada,
avenida que reúne os ministérios.
Parte do público ficou frustrado
com a decisão de Lula de não desfilar. "Foi uma traição, e logo do
Lula, que é um presidente popular. Não atender a um pedido do
povo é um erro que acontece há
500 anos", disse o porteiro Damião Alves de Azevedo, que foi à
Esplanada na esperança de ver o
presidente. Apesar da reclamação
do porteiro, Lula foi aplaudido
pelas pessoas que estavam próximas ao palanque presidencial.
A solenidade começou às 9h15,
com uma demonstração de pára-quedistas militares, desfile de ex-combatentes e veteranos da Força
Expedicionária Brasileira, bandas
marciais, integrantes dos três comandos das Forças Armadas, estudantes das escolas do Distrito
Federal e atletas paraolímpicos.
Pela primeira vez, o avião presidencial, o chamado "Sucatão",
cruzou a Esplanada escoltado por
dois jatos. O desfile terminou às
11h37. Logo em seguida, começou
a apresentação da Esquadrilha da
Fumaça, encerrada às 12h10, estourando o horário programado.
Ocorrências
Com a seca e as altas temperaturas dos últimos dias, a organização do desfile montou um esquema de atendimento emergencial
com 12 ambulâncias e sete postos
de saúde, onde foram atendidas
as pessoas que passaram mal.
Às 12h, a temperatura era de
31ºC, e a umidade do ar estava em
23%. Foram montadas tendas para a distribuição de água. Como o
gramado estava seco, típico nessa
época do ano em Brasília, a explosão de um sinalizador acabou
provocando um pequeno incêndio, que foi logo controlado pelos
militares. Ninguém saiu ferido.
(ANA FLOR, LUIS RENATO STRAUSS, LEILA SUWWAN e ANDRÉ SOLIANI)
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