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"Fora Lula" e "Viva Lula" dividem manifestação
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com as arquibancadas de convidados superlotadas, uma área
improvisada de livre acesso ao
público acabou concentrando as
manifestações pró e contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A cerca de 50 metros dos olhos
do presidente, em meio ao gramado central da Esplanada dos
Ministérios, o espaço serviu de
palco para protestos cobrando o
impeachment de Lula e de vaias
isoladas, em contraste a bandeiras
e faixas petistas.
Misturada a cartazes de apoio a
Lula, a maioria das bandeiras de
protesto fazia menção à corrupção e à crise política. Uma delas
pedia "Não à pizza". Outra falava
em "Campanha eleitoral barata
para acabar com a mamata".
Uma faixa do PSTU cobrava
"Fora todos. Fora Lula, Congresso, PT, PSDB, PFL... e abaixo ao
acordão". Alguns chegaram a gritar: "Lula, que traição. Tirou do
povo para pagar o mensalão".
Em defesa do presidente, cartazes diziam "Lula, o Brasil te ama,
confiamos em você" e "Viva Lula!
Íntegro, austero e incorruptível".
Na multidão, separada do desfile
por uma cerca e um batalhão de
policiais militares, destacavam-se
duas bandeiras pretas pedindo o
impeachment de Lula, ambas
confeccionadas pelo arquiteto
Antonio Steca, 57. "Eu vim sozinho, tem muita coisa errada que
precisa ser apurada, mas não será
se ele continuar presidente."
Mulheres de militares
O protesto mais ruidoso foi feito
por mulheres de militares. Capitaneadas pela Unemfa (União Nacional das Esposas de Militares
das Forças Armadas), elas puxaram gritos de "Fora Lula".
Com apitos e buzinas, as mulheres ocuparam uma arquibancada
montada em frente ao Ministério
da Fazenda, vigiada por cerca de
200 PMs, que formaram um cordão de isolamento.
Além das vaias ao presidente,
houve agitação quando o locutor
anunciou o desfile dos oficiais da
Polícia Federal. Da arquibancada,
as mulheres de militares fizeram
coro de "Pega o Lula" aos agentes.
Também reivindicaram o pagamento imediato do reajuste salarial de 23% aos militares. No mês
passado, o Palácio do Planalto
prometeu um reajuste salarial linear de 13% a partir de outubro e
outros 10% no próximo ano.
"Espero que o Congresso aprove o impeachment porque o Lula
sabia, ele é o comandante-mor
desta falcatrua", disse a presidente da Unemfa, Ivone Luzardo, 47,
que pretende concorrer a uma vaga na Câmara em 2006.
Empunhando um megafone, a
vice-presidente da entidade, Sara
Oliveira, 36, pediu votos para a senadora alagoana Heloísa Helena
(PSOL) à Presidência. Ela comandou um grupo de mulheres que
saiu de Mato Grosso do Sul na segunda-feira, em ônibus fretados,
para compor a manifestação na
Esplanada.
(SN, EDS, FI E LC)
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