São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2005

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"Fora Lula" e "Viva Lula" dividem manifestação

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com as arquibancadas de convidados superlotadas, uma área improvisada de livre acesso ao público acabou concentrando as manifestações pró e contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A cerca de 50 metros dos olhos do presidente, em meio ao gramado central da Esplanada dos Ministérios, o espaço serviu de palco para protestos cobrando o impeachment de Lula e de vaias isoladas, em contraste a bandeiras e faixas petistas.
Misturada a cartazes de apoio a Lula, a maioria das bandeiras de protesto fazia menção à corrupção e à crise política. Uma delas pedia "Não à pizza". Outra falava em "Campanha eleitoral barata para acabar com a mamata".
Uma faixa do PSTU cobrava "Fora todos. Fora Lula, Congresso, PT, PSDB, PFL... e abaixo ao acordão". Alguns chegaram a gritar: "Lula, que traição. Tirou do povo para pagar o mensalão".
Em defesa do presidente, cartazes diziam "Lula, o Brasil te ama, confiamos em você" e "Viva Lula! Íntegro, austero e incorruptível". Na multidão, separada do desfile por uma cerca e um batalhão de policiais militares, destacavam-se duas bandeiras pretas pedindo o impeachment de Lula, ambas confeccionadas pelo arquiteto Antonio Steca, 57. "Eu vim sozinho, tem muita coisa errada que precisa ser apurada, mas não será se ele continuar presidente."

Mulheres de militares
O protesto mais ruidoso foi feito por mulheres de militares. Capitaneadas pela Unemfa (União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas), elas puxaram gritos de "Fora Lula".
Com apitos e buzinas, as mulheres ocuparam uma arquibancada montada em frente ao Ministério da Fazenda, vigiada por cerca de 200 PMs, que formaram um cordão de isolamento.
Além das vaias ao presidente, houve agitação quando o locutor anunciou o desfile dos oficiais da Polícia Federal. Da arquibancada, as mulheres de militares fizeram coro de "Pega o Lula" aos agentes. Também reivindicaram o pagamento imediato do reajuste salarial de 23% aos militares. No mês passado, o Palácio do Planalto prometeu um reajuste salarial linear de 13% a partir de outubro e outros 10% no próximo ano.
"Espero que o Congresso aprove o impeachment porque o Lula sabia, ele é o comandante-mor desta falcatrua", disse a presidente da Unemfa, Ivone Luzardo, 47, que pretende concorrer a uma vaga na Câmara em 2006.
Empunhando um megafone, a vice-presidente da entidade, Sara Oliveira, 36, pediu votos para a senadora alagoana Heloísa Helena (PSOL) à Presidência. Ela comandou um grupo de mulheres que saiu de Mato Grosso do Sul na segunda-feira, em ônibus fretados, para compor a manifestação na Esplanada.
(SN, EDS, FI E LC)


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