São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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Marketing deve perder força, diz núcleo político

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Se depender do novo núcleo de coordenação política da candidatura José Serra, formado pelos presidentes do PSDB, José Aníbal, e do PMDB, Michel Temer, os marqueteiros devem perder força na campanha do segundo turno.
Na definição de Temer, a nova estratégia será dar à campanha "tratamento político, com amparo do marketing publicitário".
Aníbal foi mais claro quanto à divisão de forças que os novos coordenadores pretendem implantar. "A coordenação política vai operar com todas as áreas da campanha, com o marketing, com a comunicação, com setor de eventos. A coordenação política vai coordenar", declarou o deputado federal tucano.
O racha entre políticos e marqueteiros marcou parte da campanha de Serra no primeiro turno -e os primeiros terminaram por levar vantagem na disputa.
A polêmica principal foi em relação aos ataques contra Lula na TV, uma idéia dos marqueteiros na reta final do primeiro turno que foi interrompido rapidamente, após críticas dos políticos.
Segundo Nelson Biondi, um dos coordenadores de marketing de Serra, a campanha vai "mudar completamente". Uma das novidades será associar de forma mais clara a imagem de Serra ao governo FHC. "Ele [FHC" fez até aqui, e o Serra se propõe continuar o trabalho, pegar o bastão e continuar a fazer mudanças", afirmou Biondi, citando uma imagem que deve orientar a nova estratégia de marketing da campanha.
O publicitário, que foi ontem à casa de Serra, disse que, se dependesse dele, FHC seria o coordenador político da campanha.
Questionado sobre um aumento da participação de FHC nos programas da TV, Biondi disse: "Se ele puder participar mais e isso implicar ele aparecer todos os dias no programa, ele aparecerá".
Segundo o marqueteiro, os programas de TV terão objetivo de atrair para Serra eleitores de Lula.
"Mesmo depois da pancadaria que a gente levou no primeiro turno, ainda temos 24%. Então preciso conhecer, saber o RG desses eleitores para agredecê-los. Isso é músculo. Acho que os 49% do Lula não são. Tem gordura ali, que também pode vir para nós. É nisso que a gente vai trabalhar."
Aníbal foi irônico ao comentar as declarações do marqueteiros. "Musculatura, quando se trata de disputa política, é adesão, é o que você agrega de forças."
Ele e Temer, assim como Serra, negaram rumores de que Nizan Guanaes, o outro marqueteiro da campanha, será afastado.
Questionado se Nizan continuará na condução do marketing, Serra -que passou o dia em casa fazendo contatos políticos e à noite foi à uma reunião com a equipe de marqueteiros na produtora dos programas de TV da campanha- afirmou: "Lógico".
O presidenciável, que está gripado, recebeu ontem a visita do otorrino André Duprat, que disse que Serra está "melhor" e sem a febre que o acometeu anteontem.
À noite, o candidato deu entrevista ao vivo ao "Jornal Nacional" e disse esperar "com ansiedade" o debate com Lula na emissora.


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