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Lula e Serra federalizam quatro disputas para governos estaduais
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
O embate entre o petista Luiz
Inácio Lula da Silva e o tucano José Serra na corrida ao Planalto vai
"federalizar" as eleições para o
governo de quatro Estados -São
Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará e
Ceará-, onde candidatos de PT e
PSDB protagonizarão confrontos
no segundo turno.
Líderes dos dois partidos acreditam que os pleitos estaduais
irão refletir necessariamente na
disputa para presidente, ao contrário do que ocorreu na primeira
fase das eleições.
Nas próximas três semanas, que
antecedem à votação final, fatores
positivos e negativos que venham
a ocorrer no âmbito nacional terão pronta repercussão nos colégios estaduais, e vice-versa.
Qualquer descuido de ataque
ou de defesa, de acordo com assessores partidários ouvidos pela
Folha, poderá representar perdas
em ambos os setores de campanha, por isso as propagandas eleitorais no rádio e na TV deverão
seguir um rumo único, tanto para
petistas como para tucanos.
Em São Paulo, berço de tucanos
e de petistas, além de maior colégio eleitoral do país, Geraldo
Alckmin (PSB) terá pela frente o
candidato José Genoino (PT).
Os outros confrontos serão no
Pará, com Simão Jatene (PSDB) e
Maria do Carmo (PT), no Ceará,
com Lúcio Alcântara (PSDB) e José Aírton Cirilo (PT), e em Mato
Grosso do Sul, com Zeca do PT e
Marisa Serrano (PSDB).
Nos dois últimos Estados, o segundo turno surpreendeu, já que
pesquisas mostravam o fim da
disputa anteontem.
A frente de campanha à reeleição de Geraldo Alckmin está convicta de que haverá uma "federalização" no Estado por conta do
duelo Lula contra Serra.
O objetivo do tucanato paulista
será grudar ainda mais o governador no presidenciável do partido.
Uma das principais lideranças estaduais da legenda, o deputado
Walter Feldman, já declarou que
petistas e tucanos são atualmente
"os pilares da política brasileira".
O próprio Alckmin aderiu ao
discurso federalizado: "São Paulo
teve peso importante na ida do
Serra ao segundo turno".
Do lado petista, a "federalização" foi comemorada. "A eleição
em São Paulo vai ser muito polarizada. Aconteceu exatamente o
que a gente estava imaginando. A
disputa nacional terá uma incidência em São Paulo. A minha relação com o Lula vai ser cada vez
mais estreita", disse Genoino.
Provocativo, o candidato petista
disse que não teme uma série de
ataques tucanos. "O PT não vai fazer campanha de baixaria nem de
ataque pessoal. Se há uma coisa
que não tenho medo é de ataque."
Para Paulo Frateschi, presidente
estadual do PT, a questão da "federalização" fará parte do dia-a-dia das campanhas. "A polarização é inevitável. A tendência de
torna isso mais plebiscitário é
muito grande. Nós precisamos
tratar muito bem desse aspecto."
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