São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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Lula e Serra federalizam quatro disputas para governos estaduais

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA

O embate entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva e o tucano José Serra na corrida ao Planalto vai "federalizar" as eleições para o governo de quatro Estados -São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará e Ceará-, onde candidatos de PT e PSDB protagonizarão confrontos no segundo turno.
Líderes dos dois partidos acreditam que os pleitos estaduais irão refletir necessariamente na disputa para presidente, ao contrário do que ocorreu na primeira fase das eleições.
Nas próximas três semanas, que antecedem à votação final, fatores positivos e negativos que venham a ocorrer no âmbito nacional terão pronta repercussão nos colégios estaduais, e vice-versa.
Qualquer descuido de ataque ou de defesa, de acordo com assessores partidários ouvidos pela Folha, poderá representar perdas em ambos os setores de campanha, por isso as propagandas eleitorais no rádio e na TV deverão seguir um rumo único, tanto para petistas como para tucanos.
Em São Paulo, berço de tucanos e de petistas, além de maior colégio eleitoral do país, Geraldo Alckmin (PSB) terá pela frente o candidato José Genoino (PT).
Os outros confrontos serão no Pará, com Simão Jatene (PSDB) e Maria do Carmo (PT), no Ceará, com Lúcio Alcântara (PSDB) e José Aírton Cirilo (PT), e em Mato Grosso do Sul, com Zeca do PT e Marisa Serrano (PSDB).
Nos dois últimos Estados, o segundo turno surpreendeu, já que pesquisas mostravam o fim da disputa anteontem.
A frente de campanha à reeleição de Geraldo Alckmin está convicta de que haverá uma "federalização" no Estado por conta do duelo Lula contra Serra.
O objetivo do tucanato paulista será grudar ainda mais o governador no presidenciável do partido. Uma das principais lideranças estaduais da legenda, o deputado Walter Feldman, já declarou que petistas e tucanos são atualmente "os pilares da política brasileira".
O próprio Alckmin aderiu ao discurso federalizado: "São Paulo teve peso importante na ida do Serra ao segundo turno".
Do lado petista, a "federalização" foi comemorada. "A eleição em São Paulo vai ser muito polarizada. Aconteceu exatamente o que a gente estava imaginando. A disputa nacional terá uma incidência em São Paulo. A minha relação com o Lula vai ser cada vez mais estreita", disse Genoino.
Provocativo, o candidato petista disse que não teme uma série de ataques tucanos. "O PT não vai fazer campanha de baixaria nem de ataque pessoal. Se há uma coisa que não tenho medo é de ataque."
Para Paulo Frateschi, presidente estadual do PT, a questão da "federalização" fará parte do dia-a-dia das campanhas. "A polarização é inevitável. A tendência de torna isso mais plebiscitário é muito grande. Nós precisamos tratar muito bem desse aspecto."


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