FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA

O senador Paulo Hartung (PSB), 45, eleito governador do Espírito Santo com 54% dos votos, assumirá o cargo com o compromisso de reestruturar o Estado, bombardeado por denúncias de corrupção e de infiltração do crime organizado nos Poderes estaduais.
Hartung deverá ir hoje a Brasília discutir a questão do crime no Estado no Ministério da Justiça.
"As relações políticas no Espírito Santo estão esgarçadas. Precisamos refundá-las em outras bases, que não são as mesmas da apropriação privada dos bens públicos. Acho que a própria população traçou uma risca de giz nessas eleições, dizendo chega, daqui para lá não dá mais", disse ele.

Agência Folha - Qual será a prioridade ao assumir o governo?
Paulo Hartung - Tirar essa política baixa do Espírito Santo e colocar uma administração de qualidade, devolvendo ao povo a fé e a confiança nos homens públicos.

Agência Folha - Mas o que será feito, em termos práticos?
Hartung A primeira medida será colocar o salário do funcionalismo em dia. Vamos reorganizar a máquina pública, varrer a corrupção e reestruturar as finanças.

Agência Folha - O senhor vai assumir o governo em uma situação difícil, sem recursos no caixa do Estado. Como fará para implementar suas propostas?
Hartung - O Espírito Santo não arrecada mal, mas gasta mal. Está investindo errado.

Agência Folha - O senhor acha que essa tarefa será fácil?
Hartung - Não tem nada fácil. Vamos fazer um pacto de governabilidade envolvendo os três Poderes, o Tribunal de Contas, a Ordem dos Advogados do Brasil e instituições de ensino superior.



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