São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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PIAUÍ

PT ganha no 1º turno com filho de lavrador

DA ENVIADA ESPECIAL

Na terra em que o governador, Hugo Napoleão, é tratado por "bacurau" -filho de família de tradicional- e "americano", os eleitores deram uma vitória apertada a um filho do sertão do Piauí, o bancário Wellington Dias, 40.
Os slogans das coligações eram quase os mesmos. Dias propôs "A vitória que o povo quer". Hugo, "O Piauí que o povo quer". Mas o PT prometeu a libertação aos eleitores, o fim do chamado voto de cabresto -apesar de ter se aliado ao mais conhecido populista do Estado, o senador eleito Mão Santa, que em 1998, quando era governador do Estado, teve seu mandato cassado por abuso do poder econômico e político.
Deputado federal ainda com mandato em curso, Dias marcou presença no Congresso em sua atuação na Comissão de Fiscalização. De uma tacada só, denunciou 163 dos 222 prefeitos piauienses por irregularidades na gestão. O então governador, Mão Santa, não escapou de seus ataques.
A aliança informal com o peemedebista incomoda Dias, sempre chamado a explicá-la. Mas sua saída vale também como principal slogan político: "Eu sou decente. Vou fazer um governo decente, com gente honesta".
Filho de lavradores de Oeiras, primeiro militou nas Comunidades Eclesiais de Base. Depois, já formado em letras, dedicou-se ao movimento classista à frente do Sindicato dos Bancários do Piauí. Em 1985, filiou-se ao PT.
De lá para cá, elegeu-se vereador em Teresina, deputado estadual e federal, em 1998. O governo veio por necessidade de dar um palanque piauiense a Lula.
Quatro quilos mais magro, Dias não pretende descansar ainda. Vai tentar eleger Lula presidente no Piauí. E está de olho na gestão de Hugo Napoleão. "Se a gente piscar, eles quebram o Estado."


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