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PIAUÍ
PT ganha no 1º turno com filho de lavrador
DA ENVIADA ESPECIAL
Na terra em que o governador,
Hugo Napoleão, é tratado por
"bacurau" -filho de família de
tradicional- e "americano", os
eleitores deram uma vitória apertada a um filho do sertão do Piauí,
o bancário Wellington Dias, 40.
Os slogans das coligações eram
quase os mesmos. Dias propôs "A
vitória que o povo quer". Hugo,
"O Piauí que o povo quer". Mas o
PT prometeu a libertação aos eleitores, o fim do chamado voto de
cabresto -apesar de ter se aliado
ao mais conhecido populista do
Estado, o senador eleito Mão Santa, que em 1998, quando era governador do Estado, teve seu
mandato cassado por abuso do
poder econômico e político.
Deputado federal ainda com
mandato em curso, Dias marcou
presença no Congresso em sua
atuação na Comissão de Fiscalização. De uma tacada só, denunciou
163 dos 222 prefeitos piauienses
por irregularidades na gestão. O
então governador, Mão Santa,
não escapou de seus ataques.
A aliança informal com o peemedebista incomoda Dias, sempre chamado a explicá-la. Mas sua
saída vale também como principal slogan político: "Eu sou decente. Vou fazer um governo decente, com gente honesta".
Filho de lavradores de Oeiras,
primeiro militou nas Comunidades Eclesiais de Base. Depois, já
formado em letras, dedicou-se ao
movimento classista à frente do
Sindicato dos Bancários do Piauí.
Em 1985, filiou-se ao PT.
De lá para cá, elegeu-se vereador em Teresina, deputado estadual e federal, em 1998. O governo
veio por necessidade de dar um
palanque piauiense a Lula.
Quatro quilos mais magro, Dias
não pretende descansar ainda.
Vai tentar eleger Lula presidente
no Piauí. E está de olho na gestão
de Hugo Napoleão. "Se a gente
piscar, eles quebram o Estado."
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