São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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REPERCUSSÃO

EUA prometem cooperar com quem vencer

Olhar estrangeiro

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

O governo dos EUA elogiou ontem o processo eleitoral brasileiro e, evitando comentar temas sensíveis, disse estar disposto a trabalhar com qualquer um dos candidatos que chegaram ao segundo turno da corrida presidencial.
"Os Estados Unidos congratulam o povo do Brasil pelo sucesso do primeiro turno das eleições federais e estaduais", disse ontem o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher. "Essas eleições marcam a quarta vez, desde a restauração do governo civil, que os brasileiros foram à votação para eleger seus líderes, demonstrando uma trajetória sólida num país de eleições justas e pacíficas. Esperamos trabalhar com quem quer que emerja como o vencedor definitivo da disputa."
Indagado se uma eventual vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva afetaria a política dos EUA para a América Latina - especialmente para a Colômbia e Cuba-, Boucher disse que os EUA estão esperando a definição para "ver como isso funciona".
"Não quero tirar nenhuma grande conclusão sobre o resultado eleitoral, que ainda não é o definitivo. Obviamente, isso vai para um segundo turno, acho que no dia 27 de outubro. Então, vamos aguardar para ver quais serão os resultados. O processo, como eu disse na nota oficial, é sintomático da sólida democracia que existe no Brasil. Estamos aguardando para trabalhar com quem for escolhido pelo povo brasileiro. Portanto, vamos ver como isso funciona quando acontecer."
Também cauteloso, Peter Allgeier, vice-representante comercial dos EUA, afirmou ontem não ter "razões para acreditar que algo vá mudar nas negociações da Alca [Área de Livre Comércio das Américas" com um novo governo no Brasil" - seja ele qual for.
A declaração foi feita durante debate sobre a Alca do qual também participaram o embaixador brasileiro em Washington, Rubens Barbosa, e o deputado democrata Call Dooley (Califórnia).
Allgeier disse estar otimista com o processo de integração comercial mesmo sem saber quais serão as prioridades da nova administração. "Brasil e EUA assumirão a co-presidência das negociações da Alca no dia 1 de novembro. Será uma oportunidade para estreitar a relação bilateral e a cooperação com o novo governo", disse.
Indagados sobre os ataques de Lula aos EUA durante a campanha eleitoral, Allgeier e Dooley disseram que eles não têm relevância política prática.


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