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REPERCUSSÃO
EUA prometem cooperar com quem vencer
Olhar estrangeiro
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
O governo dos EUA elogiou ontem o processo eleitoral brasileiro
e, evitando comentar temas sensíveis, disse estar disposto a trabalhar com qualquer um dos candidatos que chegaram ao segundo
turno da corrida presidencial.
"Os Estados Unidos congratulam o povo do Brasil pelo sucesso
do primeiro turno das eleições federais e estaduais", disse ontem o
porta-voz do Departamento de
Estado, Richard Boucher. "Essas
eleições marcam a quarta vez,
desde a restauração do governo
civil, que os brasileiros foram à
votação para eleger seus líderes,
demonstrando uma trajetória sólida num país de eleições justas e
pacíficas. Esperamos trabalhar
com quem quer que emerja como
o vencedor definitivo da disputa."
Indagado se uma eventual vitória do petista Luiz Inácio Lula da
Silva afetaria a política dos EUA
para a América Latina - especialmente para a Colômbia e Cuba-, Boucher disse que os EUA
estão esperando a definição para
"ver como isso funciona".
"Não quero tirar nenhuma
grande conclusão sobre o resultado eleitoral, que ainda não é o definitivo. Obviamente, isso vai para
um segundo turno, acho que no
dia 27 de outubro. Então, vamos
aguardar para ver quais serão os
resultados. O processo, como eu
disse na nota oficial, é sintomático
da sólida democracia que existe
no Brasil. Estamos aguardando
para trabalhar com quem for escolhido pelo povo brasileiro. Portanto, vamos ver como isso funciona quando acontecer."
Também cauteloso, Peter Allgeier, vice-representante comercial dos EUA, afirmou ontem não
ter "razões para acreditar que algo
vá mudar nas negociações da Alca
[Área de Livre Comércio das
Américas" com um novo governo
no Brasil" - seja ele qual for.
A declaração foi feita durante
debate sobre a Alca do qual também participaram o embaixador
brasileiro em Washington, Rubens Barbosa, e o deputado democrata Call Dooley (Califórnia).
Allgeier disse estar otimista com
o processo de integração comercial mesmo sem saber quais serão
as prioridades da nova administração. "Brasil e EUA assumirão a
co-presidência das negociações
da Alca no dia 1 de novembro. Será uma oportunidade para estreitar a relação bilateral e a cooperação com o novo governo", disse.
Indagados sobre os ataques de
Lula aos EUA durante a campanha eleitoral, Allgeier e Dooley
disseram que eles não têm relevância política prática.
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