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ANÁLISE
Medo de perder São Paulo provoca obsessão por alianças
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A obsessão do PT por alianças
de todas as cores é diretamente
proporcional ao pânico do partido com a possibilidade da perda
do controle no Estado de São Paulo. A busca de apoio indiscriminado de ex-adversários é vista na cúpula como único antídoto para
reverter quadros desalentadores
como o de Marta Suplicy.
Perder a capital paulista será o
coroamento de uma campanha
funesta para o PT no principal Estado da Federação. O PT vinha subindo de maneira substancial no
Estado de São Paulo, que responde por cerca de 23% dos votos válidos do país. Os petistas saíram
de 16,1% dos votos paulistas para
prefeito em 1996 para 24,8% em
2000. Neste ano, o crescimento foi
estancado: 25,2%. O percentual
ainda é alto, mas fica opaco perto
do desempenho do PSDB.
Os tucanos tiveram 21,9% dos
votos paulistas para prefeito em
1996. Ficaram com 20,3% em
2000. Agora, dispararam. Bateram em expressivos 31,8%.
Um dos maiores responsáveis
por esse salto foi a votação do tucano José Serra. Os 2,686 milhões
de votos que teve no primeiro turno na disputa pela capital paulista
representaram 43,6% dos votos
válidos. Já Marta Suplicy teve percentualmente menos votos do
que em 2000. Foram 2,1 milhões
de votos há quatro anos (38,1%) e
2,2 milhões agora (35,8%).
A derrota na cidade de São Paulo deixaria os petistas em desvantagem grande no Estado. Daí a
procura quase obsessiva por
alianças. No plano federal essa
política vem sendo adotada desde
a posse de Lula. A única regra é
evitar acertos com a cúpula do
PSDB: a agremiação é vista como
o adversário a ser aniquilado. Mas
essa estratégia só vale para a direção tucana -acertos em localidades do interior são bem aceitos.
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