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SÃO PAULO
Pedro Corrêa, presidente da sigla, divulgou nota em que recomenda apoio à "candidata do presidente Lula"; decisão sai semana que vem
PP nacional abre caminho para Maluf apoiar PT
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Executiva Nacional do PP
abriu caminho ontem para o candidato derrotado Paulo Maluf
(PP) declarar apoio à prefeita de
São Paulo, Marta Suplicy (PT). A
formalização do apoio, no entanto, só deverá ser feita na próxima
quarta-feira.
O ex-prefeito, que obteve 11,9%
dos votos na cidade de São Paulo,
é cortejado hoje pelo PT e, em menor intensidade, pelo PSDB.
Em nota distribuída à imprensa,
o presidente nacional do PP, Pedro Corrêa, disse ter vindo a São
Paulo para parabenizar Maluf pela "maior votação que um progressista obteve no Brasil" e para
"recomendar ao nosso líder Paulo
Maluf e aos companheiros de São
Paulo o apoio à candidata do presidente Lula".
A recomendação do PP é mais
um respaldo a um acordo que começou no primeiro turno da
campanha, quando Maluf estrategicamente atacava José Serra
(PSDB) e poupava Marta -por
meio desse pacto, Maluf seria beneficiado dentro dos limites legais
na CPI do Banestado, que apura
envio ilegal de dólares para o exterior. PT e Maluf negam.
"O que importa ao PT é o apoio
de Maluf. E Maluf tem uma tendência de votar em Marta. Antes
quer ouvir umas pessoas", disse
Corrêa.
Entre as pessoas que Maluf ouviu hoje, após almoço com membros da Executiva Nacional, está o
vereador Salim Curiati Jr., que foi
o vice na chapa dele e que defendia um apoio aos tucanos.
Ontem, no entanto, os malufistas se disseram contrariados com
o que chamam de "desprezo" do
PSDB. Afirmaram que, apesar de
terem sido procurados, as conversas para um eventual apoio foram
abandonadas pelo partido do
candidato José Serra.
Segundo a Folha apurou, Maluf
aproveitou um almoço ontem
com membros da Executiva do
partido para criticar duramente o
PSDB e para manifestar sua intenção em apoiar Marta. Esse apoio,
no entanto, não seria de "peito
aberto", segundo ele disse.
Maluf teria dito que a administração do PSDB "quebrou o Estado de São Paulo e a Prefeitura de
São Paulo", segundo o relato de
pessoas presentes no almoço.
Nacional
A atuação da Executiva Nacional do PP em São Paulo faz parte
de uma cesta de acordos que o
partido, que faz parte da base de
sustentação do governo federal,
está negociando com o PT.
Em Florianópolis (SC), o PP pediu aos petistas apoio à candidatura de Chico Assis (PP), que disputará o segundo turno com o tucano Dario Berger. Uma eventual
vitória garantiria ao partido a única administração de uma capital.
Em Uberlândia (MG), o PP quer
a neutralidade do PT na disputa
entre Odelmo Leão (PP) e João
Bittar (PL). Dependendo do eventual apoio de Maluf a Marta, o PP
irá aproveitar a oportunidade para "cobrar" do governo federal
um ministério.
"O presidente [Luiz Inácio Lula
da Silva] disse que nós seríamos
contemplados com uma posição
mais forte. Nós não tivemos um
ministério na reforma passada
porque havia a perspectiva de
Maluf disputar com Marta. Agora
a eleição passou e estamos esperando", disse Corrêa.
Colaborou Catia Seabra, da Reportagem
Local
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