São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2004

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NACIONAL

"Não vou exigir tanto, mas acho que era bom, né?", disse a candidata ao responder se cobraria retratação de José Genoino

Luizianne quer desculpas do PT e despreza Lula

Renato Stockler/Folha Imagem
A candidata do PT à Prefeitura de Fortaleza, Luizianne Lins, em SP


DA REPORTAGEM LOCAL

Preterida pelo partido no primeiro turno da eleição, a candidata do PT à Prefeitura de Fortaleza, Luizianne Lins, deu uma trégua aos petistas. Disposta a ganhar a eleição, disse que só discutirá a relação com o presidente do PT, José Genoino, após 31 de outubro. Mas avisou que espera um pedido de desculpas dele.
"Não vou exigir tanto, mas acho que era bom, né?", disse ela ao responder se cobraria uma retratação de Genoino.
Para ela, o pedido de desculpas se justifica "até porque houve algumas agressões desnecessárias, alguns cutucões muito duros", como "chamar a candidatura de alternativa aventureira" e dizer que ela "estava fazendo o jogo do PSDB e do PFL". Por isso, disse, "não custariam umas desculpas".
Luizianne impôs uma condição para protelar o debate: que não haja interferência do comando do partido em sua campanha. Ela diz ter avisado a Genoino que "nossa coordenação anterior é a coordenação que vai continuar comandando a campanha".
Genoino, por sua vez, avisou que não pedirá desculpas à candidata porque não tem motivo. "O que importa é ganhar a eleição."
A candidata do PT teve ontem seu primeiro encontro com o petista desde a troca de farpas no primeiro turno. Na entrada do Diretório Nacional -toda de vermelho, com brincos e pingente em forma de reluzentes estrelas- Luizianne contou ter se recusado a falar com o presidente nacional do PT até ontem. "Preferi conversar pessoalmente. Por isso, evitei atender ao telefone."
Ela também deixou claro que não fazia questão da participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua campanha. De acordo com a cearense, seria difícil explicar ao eleitor essa mudança.
Ela também deixou claro que não conta com a presença dos ministros, como o chefe da Casa Civil, José Dirceu.
"Temos que ver a estratégia. Como é isso? Não tenho nada. De repente, tenho tudo?", disse.
Luizianne também dispensou a realização de shows promovidos pelo PT, sob o argumento de que não quer fazer uma "campanha ostentatória". "Não queremos megacomício." Segundo ela, é preciso saber se o eleitor vai a um comício ouvir "o Zezé Di Camargo ou as propostas do candidato".
Sobre a expectativa em relação ao PT, Luizianne repetiu várias vezes: "Se não atrapalhar, já ajuda". (CATIA SEABRA e RICARDO BRANDT)


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