São Paulo, segunda-feira, 08 de outubro de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

"Doha or die"

Primeiro, os EUA avisaram ao Brasil e à Índia, em artigo no "Financial Times" de quinta, que agora é "sim ou não" à Rodada Doha. Depois veio editorial no "Wall Street Journal", na sexta, com o título "Doha or die", Doha ou morra. E o alerta de que os dois, mais a África do Sul, decidem a partir de hoje, em Pretória, se vai haver acordo comercial global antes dos "ventos protecionistas" nos EUA. "Seria uma derrota para os pobres do mundo." A pressão foi ecoada pela Europa.
Não é o que pensam os pobres Brasil e Índia. Diz o "Valor" que, sob "pressão", os dois "articulam forte comunicado" e "uma grande aliança de nações em desenvolvimento" contra EUA e Europa. Segundo a agência IANS, a Índia já avisou que "não concorda" com a proposta em que "países em desenvolvimento são chamados a fazer mais do que os desenvolvidos".

DO SUL
Agências internacionais e sul-americanas dão que sai hoje, em reunião de ministros de finanças da Venezuela, da Argentina e do Brasil no Rio, "o formato do Banco do Sul".
É o sonho de Hugo Chávez contra o Banco Mundial. A resistência do Brasil, que quer "proporcionalidade no aporte de capital e representação", é a prioridade da cobertura.

"ESTRATÉGICO"
Também hoje, dizem sites financeiros, o secretário de Comércio dos EUA começa "missão estratégica" pelo Uruguai. Amanhã, Brasília.

BILHÕES...
Enquanto negocia com Chávez o Banco do Sul, o Brasil é um dos agraciados do Banco Mundial dirigido pelo americano Robert Zoellick, no fundo para investimento em ações "em moeda local".
Seriam US$ 5 bilhões para Brasil, Chile e poucos mais, no destaque de "WSJ" e "FT".

E BILHÕES
Os mesmos vêm noticiando dia após dia que novos fundos Bric foram criados, que as multinacionais vão investir mais nos Brics nos próximos três anos, que a cada semana entram agora R$ 5 bilhões etc.

PETROBRAS VAI À ÁSIA

O japonês "Yomiuri Shinbum" noticiou que a Petrobras negocia a compra de uma refinaria em Okinawa, hoje da Exxon. Seria sua "primeira base de processamento na Ásia", para exportações de petróleo para Japão e China.
De sua parte, a China, que viu as compras de petróleo crescerem 18% este ano e agora só perde em importação para os EUA, segundo o site MarketWatch, estaria para enviar uma delegação ao Brasil, segundo o site chinês Macau Hub, para negociar "parcerias" com a Petrobras.

IMPENSÁVEL
Na manchete no "WSJ", a compra do ABN Amro por um consórcio integrado pelo espanhol Santander, que vira o segundo banco privado do Brasil, seria "o maior negócio" da história, com US$ 101 bi.
Pode ser "um precedente que abre portas a negócios de proporção antes impensável" -e sempre em consórcios.

EM FATIAS
A Dow Jones deu que, cinco meses depois de comprar em consórcio a Telecom Itália, a espanhola Telefônica avalia que "subestimou os entraves" no Brasil, que aprova ou não o negócio nos próximos dias.
Já o italiano "Il Messagero" deu que a Anatel pode propor que diminua sua participação no controle da Telecom Itália.

GLOBO VS. RECORD
Sob pressão por audiência, o "Fantástico" abriu com assaltos a ônibus, em vídeo, e o caso da "menina Madeleine". De sua parte, o "Domingo Espetacular" levou Edir Macedo de volta à cela que é capa de sua biografia.

"SHOCK AND AWE"

O fim de semana na blogosfera de mídia dos EUA foi de espanto com os dados do Interactive Advertising Bureau: o Google já chegou a 40% da publicidade on-line no país.
E cresce em ritmo superior ao restante da web. Entre as expressões usadas por TechCrunch, BuzzMachine etc., "hegemonia", "gorila" e "shock and awe", choque e pavor.

DA FAVELA AO MEIO-OESTE

indystar.com


A cadeia americana de jornais Gannett descobriu e dá relatos e até manchetes sobre a descoberta -e conversão- de jovens jogadores de futebol das áreas pobres do Brasil pelos devotos cristãos do interior dos EUA.

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@ - Nelson de Sá


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